Ele decifrou a loteria com matemática e ficou milionário; veja

Todo mundo sonha em ganhar na loteria. Aqui no Brasil, por exemplo, a última Mega-Sena da Virada pagou inacreditáveis R$ 635.486.165,38 aos vencedores (que dividiram o prêmio em 3). Não precisa nem ser tanto dinheiro assim. Uma premiação regular, de mais de R$ 5 milhões já muda a vida de praticamente todo mundo.

Agora, ao mesmo tempo em que as pessoas sonham em ganhar na loteria, muitas desistem no meio do caminho, simplesmente por que não ganham. As probabilidades são pequenas mesmo: é de uma em mais de 50 milhões de vezes. Precisa de muita sorte, não é mesmo? Não para esse matemático romeno.

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Utilizando suas habilidades com números, Stefan Mandel desenvolveu um método para vencer. Ou uma fórmula. Ou algoritmo. E a ideia é muito simples: ele apostava em todas as combinações possíveis nas loterias que tinham um prêmio pelo menos três vezes maior que o dinheiro necessário para fazer os jogos.

Assim, ele tinha dinheiro para pagar os investidores e ainda assim sobrava um bom lucro para ele. Foram décadas agindo dessa maneira, levando à reformulação das regras do jogo em alguns países, como Austrália e Estados Unidos.

Um pouco de história

As duas primeiras vitórias de Mandel foram na Romênia, sua terra natal. Seu objetivo era ganhar dinheiro suficiente para fugir da então União Soviética. E ele conseguiu no início da década de 1980. O seu primeiro prêmio foi de apenas US$ 20 mil, o suficiente para subornar autoridades comunistas a deixarem com que ele e a família viajassem para o Ocidente.

Ele se mudou, então, para Israel, onde ficou um tempo antes de se estabelecer na Austrália. Suas atividades, porém, atravessaram o mundo. O chamado Sindicato da Loto, grupo de Mandel, teve sucesso em inúmeros países, como o Reino Unido, os Estados Unidos e a própria Austrália.

Em 1987, por exemplo, conseguiu um prêmio de US$ 1,3 milhão na Oceania. A maior bolada da sua vida, no entanto, ocorreu no estado da Virginia, nos EUA. Além de faturar o prêmio máximo, ele ganhou ainda mais seis segundos prêmios, 132 terceiros prêmios e milhares de prêmios menores, arrecadando mais de US$ 30 milhões de uma só vez.

O fato levou a uma investigação formal do FBI e da CIA, com algumas detenções e interrogatórios. Quatro anos depois, porém, as autoridades admitiram não ter encontrado nenhuma fraude no processo – reconhecendo que Mandel venceu o sistema com inteligência.

Mandel acreditava que a Matemática podia deixá-lo milionário (e não é que ele conseguiu mesmo?) – Imagem: Sashkin/Shutterstock

O episódio gerou uma mudança nas regras das loterias de alguns países, que antes permitiam a impressão de jogos em outros lugares além das lotéricas. Stefan Mandel também foi expulso do território americano, sob a justificativa de que tinha violado leis de imigração…

Hoje, aos 91 anos de idade, ele desfruta dos seus milhões na pequena ilha de Vanuatu, na Oceânia, um país insular do Pacífico Sul conhecido por seus vulcões, cachoeiras e outras belezas naturais.

Como funciona a fórmula mágica de Mandel

A seguir, o Olhar Digital explica qual a lógica da fórmula de Mandel, mas já antecipa que ela não funciona mais por causa de mudanças nas loterias. Ela também é muito difícil de acontecer, uma vez que é necessária a injeção de muito dinheiro por parte de investidores. Ou seja, a lógica não se aplica mais. Mas vamos imaginar:

  • O primeiro passo é calcular o número total de combinações possíveis.
  • No caso da nossa Mega-Sena são 50.063.860.
  • Para o método de Mandel funcionar, os apostadores só podem entrar em loterias cujos prêmios equivalham a três vezes ou mais o número de combinações possíveis.
  • Na sequência vem a parte mais difícil: arrecadar o dinheiro para conseguir fazer todos os jogos.
  • Mandel, então, imprimia milhões de bilhetes na sua própria casa e depois os validava nas lotéricas (algo que foi proibido depois dos anos 1990).
  • Com todos os comprovantes em mãos, ele apenas esperava pelo sorteio – e não podia perder o bilhete premiado.
  • Ao resgatar o dinheiro, Mandel pagava uma parte aos investidores e ficava com o lucro.
  • Vale destacar que ele começou a fazer tudo isso numa época na qual ainda não existiam os computadores domésticos.
  • Ou seja, ele fazia tudo à mão…
  • Um baita trabalho, mas que levou a uma tranquila aposentadoria num paraíso no Pacífico.
Vanuatu é um verdadeiro paraíso no Pacífico Sul, a cerca de 1.750 km do leste da Austrália – Imagem: AsiaTravel/Shutterstock

As informações são do The Independent.

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