
Tudo sobre Inteligência Artificial
O lançamento do DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, impactou o mercado de tecnologia. Ao mesmo tempo em que a IA criou novas possibilidades, a ferramenta é considerada uma ameaça por muitas empresas e até países.
Estas diferentes reações comprovam a importância da inovação. O governo da China, por exemplo, vê no DeepSeek uma forma de combater a hegemonia tecnológica dos Estados Unidos. E tudo isso graças a uma pessoa.
Um chefe diferenciado
Liang Wenfeng é o fundador do DeepSeek. Considerado tímido por alguns, ele se mostrou um empresário notável após o lançamento da inteligência artificial chinesa e é citado pelos seus funcionários como um excelente chefe.
O que é incomum em Wenfeng é a grande confiança nos jovens pesquisadores e até estagiários, que costumam assumir grandes projetos experimentais. Além disso, ele frequentemente incentiva os trabalhadores a trilharem caminhos de engenharia incomuns.
Segundo um ex-funcionário ouvido pela Bloomberg, o fundador do DeepSeek “é um verdadeiro nerd que entende a pesquisa melhor do que seus pesquisadores”. Uma capacidade que está sendo amplamente explorada pelo governo da China.

Pequim enxerga no sucesso da IA uma forma de promover a sua indústria doméstica de tecnologia diante da interferência estrangeira. E de fato, a tecnologia foi responsável por diminuir a lacuna de inteligência artificial entre os EUA e a China, que agora é medida em meses, e não mais em anos.
Na China, há uma ética coletiva e uma vontade de trabalhar com intensidade que resulta em superioridade de execução. Essa dinâmica cria uma espécie de pressão darwiniana: a sobrevivência vai para aqueles que podem fazer mais com menos.
Wei Sun, analista da Counterpoint Technology Market Research
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Lançamento do DeepSeek foi um marco
- A IA do DeepSeek foi projetada para lidar com tarefas complexas de raciocínio e tem apresentado resultados surpreendentes.
- O grande diferencial é o baixo custo da tecnologia, o que pode ameaçar a posição dominante dos principais players.
- Para se ter uma ideia, o modelo chinês foi treinado ao custo de aproximadamente US$ 6 milhões, enquanto ferramentas como o Llama 3.1, da Meta, custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos.
- A empresa chinesa adota estratégias como o chamado aprendizado por reforço, que permite que os modelos aprendam por tentativa e erro.
- Além disso, ativa apenas uma fração dos parâmetros do modelo para tarefas específicas, economizando recursos computacionais.
- E melhora a capacidade dos modelos de processar dados e identificar padrões complexos.
- A startup ainda adota um modelo parcialmente aberto, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos.
- Isso democratiza o acesso à IA avançada e promove maior colaboração na comunidade global de pesquisa.