Tinta Maia “infinita” pode ter segredo revelado em tigelas

Pesquisadores descobriram como produzir o Azul Maia, tinta usada em objetos de cerâmica, murais e até sacrifícios pelo povo antigo

Imagem: Hernan Bieler/Shutterstock

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Pesquisadores do Museu de Campo de Chicago, nos Estados Unidos, revelaram um dos maiores mistérios relacionados ao Império Maia. Eles descobriram como produzir a chamada tinta Azul Maia, um pigmento antigo e que até hoje é considerado muito difícil de se reproduzir.

A primeira evidência dela só foi descoberta em 1931. Foram necessárias décadas até que os cientistas entendessem mais sobre esta tinta, usada para acentuar objetos de cerâmica, murais e até sacrifícios humanos no período Pré-Clássico Tardio (de 300 a.C. a 300 d.C.).

  • A tintura Azul Maia confere um tom azul celeste que era quase uma marca registrada da antiga civilização.
  • A tinta é uma mistura de índigo orgânico com um mineral argiloso chamado paligorsquite.
  • Além de decorar vários objetos, ela foi associada ao deus maia da chuva, Chaac, ao qual eram dedicados sacrifícios em época de seca.
  • O mais impressionante é que a cor azulada não desaparece com o tempo, mesmo sob condições úmidas tropicais típicas do sul do México e Guatemala, onde os maias se estabeleceram.
  • As informações são do Live Science.

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Estudo descobriu como a tinta era produzida

O mais recente trabalho teve início ainda em 2018, quando traços do pigmento Azul Maia foram encontrados em cerâmicas no fundo de um poço em Chichén Itzá. O local faz parte de um complexo repleto de ruínas maias onde hoje fica o México.

Na época, os pesquisadores descobriram que a chave para o produto era um incenso sagrado chamado copal. Ele era misturado com índigo e paligorsquite sobre uma fogueira, processo que criava a tinta.

Mural em Bonampak, no México, é um exemplo do uso da tinta (Imagem: Belikova Oksana/Shutterstock)

Mas um novo mistério foi revelado após a análise de doze tigelas maias que apresentavam alguns resíduos brancos. A equipe identificou que isso provavelmente era paligorsquite moída ainda molhada, o que teria deixado traços nas pequenas fraturas.

Usando um microscópio, os pesquisadores encontraram pequenos ramos vegetais queimados, bem como sinais de aquecimento na parte de baixo das tigelas. Esse método teria sido uma alternativa para a criação do Azul Maia, um conhecimento que era reservado a especialistas, como os sacerdotes da época.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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