Hubble – 35 anos: o que o telescópio já revelou sobre o Universo

Nesta quinta-feira (24), o Telescópio Espacial Hubble completa 35 anos na órbita da Terra. Lançado em 1990 pela NASA, em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), o equipamento mudou a forma como enxergamos o Universo.

A 550 quilômetros de distância do nosso planeta, o observatório tem fornecido imagens e dados que transformaram o conhecimento humano sobre o espaço. Livre da distorção da atmosfera, consegue observar o cosmos com nitidez inigualável, capturando desde detalhes de planetas próximos até estruturas distantes.

Representação artística do Telescópio Espacial Hubble. Crédito: Vadim Sadovski – Shutterstock

Ao longo dos anos, o instrumento recebeu atualizações, com algumas delas sendo executadas em missões espaciais feitas por astronautas. Com isso, continua ativo e relevante para a ciência. Sua capacidade de observar em diferentes comprimentos de onda permite complementar outras missões, como o revolucionário Telescópio Espacial James Webb (JWST) e o futuro Nancy Grace Roman.

Para celebrar os 35 anos do Hubble, a NASA vai divulgar conteúdos relacionados ao longo de 2025, incluindo vídeos, aplicativos e imagens inéditas. O material estará disponível nas redes sociais da agência com a hashtag #Hubble35.

A ESA também preparou suas homenagens ao ilustre aniversariante. Uma delas foi um calendário 2025 com imagens registradas pelo Hubble de 1998 a 2024

Descobertas mais marcantes do Telescópio Espacial Hubble

Entre as grandes descobertas, está a observação da Nebulosa Carina. O equipamento detectou o nascimento de estrelas dentro de nuvens densas de gás e poeira, usando luz infravermelha. Essas regiões escondem processos violentos que marcam o início da vida estelar.

Nebulosa da Carina registrada pelo Hubble. À esquerda, no espectro visível e à direita, no infravermelho, onde pode-se ver as estrelas se formando por trás das nuvens de poeira. Créditos: NASA / HST

Outro achado importante foi a identificação de buracos negros supermassivos no centro de quase todas as galáxias. A massa desses buracos chega a bilhões de vezes a do Sol. E mais: parece haver uma ligação entre o tamanho da galáxia e do buraco negro central.

O observatório também ajudou a estimar com mais precisão a idade do Universo: cerca de 13,7 bilhões de anos. Isso foi feito analisando estrelas do tipo Cefeida, que têm um brilho regular e servem como régua cósmica para medir distâncias.

Com base em dados do Telescópio Espacial Hubble, astrônomos estudam a Grande Mancha Vermelha de Júpiter. Crédito: NASA, ESA, Amy Simon (NASA-GSFC); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)

Nos planetas do Sistema Solar, o telescópio Hubble registrou o impacto do cometa Shoemaker-Levy 9 em Júpiter, em 1994. Em 2009, viu a marca de um asteroide no mesmo gigante gasoso. Ele também acompanha tempestades jupiterianas, como a Grande Mancha Vermelha.

Ainda sobre Júpiter, o observatório também forneceu indícios de oceanos subterrâneos nas luas Ganimedes e Europa. Isso foi possível ao estudar auroras e alterações nas atmosferas das luas, sinais de atividade abaixo da superfície.

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Um dos registros mais incríveis feitos pelo Hubble é da Nebulosa da Bolha (NGC 7635), que é formada por ventos estelares de um astro de massa 45 vezes superior à do Sol. O gás viaja a uma velocidade de 6,5 milhões de km por hora. À medida que a nebulosa se expande, o gás preenche o espaço entre as estrelas e provoca ondas de choque. Esse fenômeno é responsável por atribuir o aspecto brilhante da bolha que caracteriza a nebulosa.

Nebulosa da Bolha, sob os olhos do Hubble. Crédito: NASA / ESA / Hubble

Com imagens impressionantes e descobertas essenciais, Hubble segue sendo uma das ferramentas mais valiosas da astronomia moderna.


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