Pousos de emergência são ocorrências raras na aviação. Eu, por exemplo, não conheço ninguém que tenha passado por isso, embora já tenha visto inúmeras notícias sobre o assunto.
Normalmente, o piloto adota esse tipo de procedimento após detectar uma falha técnica na aeronave, após identificar condições meteorológicas extremamente adversas ou por problemas graves de saúde.
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Um episódio desses aconteceu recentemente nos Estados Unidos. O motivo, porém, não foi nenhum dos citados acima. Segundo informa a FAA (Administração Federal de Aviação do país), um Boeing 737 teve que interromper a viagem após um passageiro ficar preso no banheiro.
O órgão não informou a rota nem a data ou hora desse voo – relatou apenas o episódio. E o que pode parecer trágico (ou cômico) também deve se tornar caro, uma vez que a falha pode se repetir em centenas de outras aeronaves.
O que aconteceu no voo
- Sim, um pouso de emergência pode irritar bastante um passageiro.
- Pior ainda se foi você quem ficou preso no banheiro.
- Segundo o relato da FAA, o problema foi uma trava quebrada.
- A pessoa presa até chamou os comissários, mas eles também não conseguiram desobstruir a porta.

- Segundo a agência, o pouso não programado foi a melhor decisão possível.
- Isso porque o passageiro corria risco de sofrer ferimentos graves no caso de uma turbulência – ou ele mesmo podia passar mal lá dentro.
- O caso atípico deve levar a uma mega revisão de aeronaves da Boeing nos EUA.
- A FAA recomendou a todas as companhias aéreas do país (que contam com alguns modelos de aviões da empresa) que façam avaliações em suas travas nos banheiros.
- E isso custa dinheiro.
Efeito-cascata
A notificação da agência inclui unidades do Boeing 737-700, 737-800, 737-900, 737-900ER, 737 Max 8 e 737 Max 9. De acordo com o site da fabricante, existem 3.461 aviões desses tipos no país e dois terços teriam travas defeituosas.
Ou seja, estamos falando de um universo de 2.612 aeronaves.
Estimativas de especialistas indicam que todo esse processo pode custar algo em torno de US$ 3,4 milhões (R$ 19,9 milhões). Isso inclui o preço da mão de obra e das trincas: cada uma é avaliada em US$ 481 (cerca de R$ 2.800).

A FAA identificou ao menos quatro tipos de travas com defeitos. Isso não significa que elas vão quebrar, mas existe o risco de acontecer a mesma coisa do voo do pouso de emergência.
Por ora, a Administração Federal de Aviação fez apenas uma recomendação pela troca. E as companhias têm até o fim de maio para dar um parecer sobre o assunto. Tudo isso graças a um passageiro preso no banheiro…
As informações são do Business Insider.