A Uber está sendo processada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) por supostamente inscrever consumidores em seu plano de assinatura Uber One sem autorização. Segundo a agência, a empresa de transporte teria utilizado práticas enganosas para atrair usuários e dificultado o cancelamento da cobrança recorrente.
A ação judicial, movida nesta segunda-feira (21), alega que a Uber usou promessas de economia e informações pouco claras para induzir consumidores a assinarem o serviço. A FTC solicita que a Justiça aplique uma medida permanente para impedir que a empresa continue com essas práticas, além de buscar uma indenização financeira para os clientes afetados.

Acusações envolvem inscrição automática e cancelamento dificultado do Uber One
- De acordo com a FTC, ao se cadastrar na plataforma, os usuários eram induzidos a acreditar que economizariam US$ 25 por mês, mas essa estimativa não considerava a mensalidade de US$ 9,99 cobrada pelo Uber One.
- Além disso, informações relevantes sobre a assinatura eram apresentadas em letras pequenas e apagadas, dificultando a leitura e compreensão.
- O órgão também relatou casos de clientes que foram cobrados antes mesmo do fim do período de teste gratuito ou até mesmo antes da data prevista para cobrança.
- Em alguns relatos, consumidores disseram nunca ter criado uma conta na Uber e ainda assim foram surpreendidos por débitos no cartão.
- No momento do cancelamento, o processo também teria sido dificultado.
- Segundo a FTC, usuários eram instruídos a entrar em contato com o suporte ao cliente, mas não recebiam meios claros de contato.
- Há ainda reclamações de cobranças feitas após o pedido de cancelamento, enquanto o cliente aguardava retorno da empresa.
Uber nega acusações e diz que processo é claro e rápido
Em resposta, a empresa contestou as acusações e afirmou que não realiza cobranças sem o consentimento dos usuários. A empresa também defendeu que o processo de cancelamento da assinatura é simples e pode ser feito diretamente pelo aplicativo em menos de 20 segundos.
“Estamos desapontados com a decisão da FTC de prosseguir com essa ação, mas confiantes de que os tribunais confirmarão que os processos de inscrição e cancelamento do Uber One são claros, simples e seguem a legislação”, afirmou Noah Edwardsen, porta-voz da Uber.
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A empresa ainda divulgou declarações de ex-funcionários da FTC que atuaram como conselheiros durante a investigação. Tim Muris, ex-presidente do órgão e atual conselheiro jurídico da Uber, criticou a abertura do processo e disse que ele se baseia em “mal-entendidos sobre os fatos e a lei”.
O caso segue em tramitação na Justiça dos EUA, e pode trazer impactos para a atuação da Uber no modelo de assinatura nos próximos meses.