Cientistas descobrem ‘galáxia irmã’ mais distante da Via Láctea

Sistema formado apenas um bilhão de anos após o Big Bang foi batizado de Zhúlóng, que significa “Dragão da Tocha” na mitologia chinesa

Disco da galáxia abrange mais de 60.000 anos-luz (Imagem: pixelparticle/iStock)

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Uma análise de dados do Telescópio Espacial James Webb pode mudar o entendimento de que galáxias são pequenas, caóticas e de formato irregular. Cientistas internacionais liderados por uma equipe da Universidade de Genebra descobriram uma galáxia espiral formada apenas um bilhão de anos após o Big Bang.

Até então, acreditava-se que galáxias como a Via Láctea levariam trilhões de anos para se constituírem como tal. A descoberta publicada na Astronomy & Astrophysics oferece novos insights sobre como esses sistemas podem evoluir rapidamente no Universo primitivo.

Com seus braços espirais e grande disco de formação de estrelas, Zhúlóng se assemelha à Via Láctea (Imagem: Universidade de Genebra/Divulgação)

Sobre a descoberta

Os cientistas batizaram a galáxia de Zhúlóng, que significa “Dragão da Tocha” na mitologia chinesa. Apesar do estágio inicial, o sistema foi considerado “surpreendentemente maduro”, com uma protuberância central antiga, um grande disco de formação estelar e braços espirais.

“O que faz Zhúlóng se destacar é o quanto ele se assemelha à Via Láctea em forma, tamanho e massa estelar”, explica o Dr. Mengyuan Xiao, pesquisador de pós-doutorado no Departamento de Astronomia da Faculdade de Ciências da UNIGE e principal autor do estudo.

O disco da galáxia abrange mais de 60.000 anos-luz, comparável à nossa própria galáxia, e contém mais de 100 bilhões de massas solares em estrelas. Isso levanta questões sobre como galáxias espirais massivas e bem ordenadas puderam se formar tão logo após o Big Bang.

Leia Mais:

Descoberta foi feita após análise de imagens capturadas pelo James Webb (Imagem: dima_zel/iStock)

Em busca do novo

A identificação de Zhúlóng foi possível graças a profundas análises da pesquisa PANORAMIC realizada pelo James Webb. O programa explora uma nova metodologia para capturar imagens de alta qualidade enquanto o telescópio coleta dados de outros alvos.

“Isso permite que o JWST mapeie grandes áreas do céu, o que é essencial para descobrir galáxias massivas, já que elas são incrivelmente raras”, diz a Dra. Christina Williams, astrônoma assistente no NOIRLab e pesquisadora principal do programa PANORAMIC.

Observações futuras do JWST e do Atacama Large Millimeter Array (ALMA) ajudarão a confirmar suas propriedades e revelar mais sobre seu histórico de formação.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)


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Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.


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