Alimentar as IAs já está ficando difícil

Demanda por energia para abastecer data centers e chatbots de IA está aumentando mais rápido do que novas usinas podem ser construídas

De olho na liderança da economia mundial, Índia investe na formação de profissionais especializados em Inteligência Artificial. Crédito: Treecha – Shutterstock

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O boom da inteligência artificial abriu diversas novas oportunidades para as mais diferentes áreas, mas também pode provocar um colapso global. Isso porque os data centers e chatbots de IA consomem energia mais rápido do que novas usinas podem ser construídas.

Apenas nos Estados Unidos, as contas de eletricidade devem aumentar mais de 20% nas áreas cobertas pela PJM Interconnection. Esta rede atende 67 milhões de clientes e alguns governantes já ameaçam abandonar a estrutura em função dos gastos.

Redes de energia não estão dando conta (Imagem: tifonimages/IStock)

IA provocou um desequilíbrio

  • Os problemas começaram há cerca de um ano, quando a PJM aumentou os preços de forma expressiva.
  • Segundo a rede, a medida foi necessária em função dos investimentos necessários para evitar apagões.
  • E a grande responsável pelo crescimento na demanda é a inteligência artificial.
  • Agora, um novo reajuste se aproxima.
  • Segundo reportagem da Reuters, este cenário ligou um sinal de alerta para a necessidade de construção de novas usinas de energia.
  • Mas há um obstáculo: isso exige muito dinheiro e não acontece de forma tão rápida quanto o mundo precisaria.
  • A preocupação com a falta de energia é tanta que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou que duas usinas de petróleo e gás natural na Pensilvânia, que seriam desligadas em maio, continuassem a operar.

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Risco de apagões não pode ser descartado (Imagem: Drop of Light/Shutterstock)

Demanda por energia vai continuar aumentando

Segundo a PJM, a crise de oferta foi causada por fatores fora de seu controle. Ela citou políticas estaduais de energia que fecharam usinas movidas a combustíveis fósseis prematuramente e o crescimento do consumo por data centers no país.

Segundo um porta-voz da rede, “os preços permanecerão altos enquanto o crescimento da demanda estiver superando a oferta – esta é uma política econômica básica. No momento, precisamos de todos os megawatts que pudermos obter”.

Data Center.
Novos data centers estão sendo construídos, mas rede de energia pode não ter a capacidade de abastecer estes espaços (Imagem: Caureem/Shutterstock)

Novos projetos totalizando cerca de 46 gigawatts, uma capacidade suficiente para abastecer 40 milhões de residências, até foram liberados nos últimos anos. O problema é que nenhuma dessas obras começou em função de entraves burocráticos.

Ao mesmo tempo, a PJM perdeu mais de 5,6 gigawatts na última década em função do fechamento de algumas usinas. Enquanto isso, a demanda por data centers está aumentando. Até 2030, a rede espera um aumento de 32 gigawatts na demanda. E há dúvidas se haverá energia suficiente para isso.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.


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