Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as mudanças climáticas também podem provocar ondas de frio acima do normal. E, de acordo com dados foram divulgados pelo observatório europeu Copernicus, foi exatamente isso o que aconteceu no mês de junho em parte do planeta.
Os pesquisadores explicam que Europa, América do Norte, Ásia Central e partes da Antártica Ocidental enfrentaram mais uma onda de calor extremo no período. Por outro lado, regiões do Hemisfério Sul, como Argentina, Chile e até o Brasil, tiveram temperaturas mais baixas do que o normal.
Prova do desequilíbrio no sistema climático do planeta
- Segundo o observatório europeu, partes da Índia e da Antártica Oriental também tiveram temperaturas abaixo do esperado para o mês de junho.
- Os cientistas explicam que essa combinação de extremos não significa uma diminuição dos efeitos das mudanças climáticas.
- Pelo contrário, este seria um reflexo do desequilíbrio crescente no sistema climático do planeta.
- Em outras palavras, as temperaturas podem variar além do normal, para cima ou para baixo.
- No entanto, a tendência é que a média global dos termômetros continue aumentando nos próximos meses e anos.
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Frio mais intenso do que o esperado em partes do Brasil
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) reforçam a conclusão dos cientistas europeus. Durante o último mês, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil enfrentaram temperaturas menores do que o normal para o período. No dia 25 de junho, por exemplo, cidades como General Carneiro (PR), São José dos Ausentes (RS) e Curitibanos (SC) registraram temperaturas de -7,8°C, -4,5°C e -4,7°C, respectivamente. Elas foram as mais frias do Brasil.
A massa de ar frio também avançou para a Região Sudeste, provocando quedas significativas de temperatura, como em Monte Verde (MG), que registrou mínima de –2,9°C, e em Barra do Turvo (SP), onde a temperatura chegou a –2,3°C. Na Região Centro-Oeste, os efeitos também foram sentidos, como em Sete Quedas (MS), onde a mínima atingiu –0,9°C, e em Amambai (MS).

Outro exemplo desse fenômeno foi a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A temperatura média na capital gaúcha durante o mês de junho de 2025 foi de 14ºC, resultado 0,8ºC abaixo da média histórica. Já a média da temperatura mínima mensal foi de 10,2 °C, 1,1 °C menos do que o esperado.