China acelera rumo à direção autônoma, mas ainda prega cautela

Reguladores chineses endurecem normas de segurança, mas mantêm ambição de ultrapassar concorrentes dos EUA e Europa

Imagem: Scharfsinn/Shutterstock

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Enquanto as montadoras chinesas avançam rapidamente no desenvolvimento de tecnologias de direção assistida, o governo de Pequim adota uma postura cautelosa para evitar excessos. As informações são da Reuters.

O alerta veio após um grave acidente em março envolvendo um sedã SU7 da Xiaomi, que matou três pessoas poucos segundos após o motorista retomar o controle do sistema de direção.

A tragédia levou os reguladores a finalizarem novas regras de segurança para sistemas de assistência ao motorista, proibindo termos como “autônomo” e reforçando a exigência de que o condutor permaneça atento.

As normas também devem obrigar as montadoras a incorporar tecnologias que monitorem o estado de consciência do motorista.

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Pequim reforça segurança após acidente com carro da Xiaomi, mas mantém meta de aprovar veículos de Nível 3 até 2026 – Imagem: Robert Way/Shutterstock

China quer avanços em direção autônoma, mas sem ignorar riscos

  • A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo da China para manter o equilíbrio entre inovação e segurança, sem frear o ímpeto de suas montadoras — que hoje disputam o protagonismo global no setor automotivo, especialmente com sistemas de direção assistida de Nível 2 e, futuramente, Nível 3.
  • Esse estágio permitiria que o condutor desviasse o olhar da estrada em condições específicas, mas ainda não foi regulamentado no país.
  • O governo havia autorizado a estatal Changan a iniciar testes de validação para o Nível 3, mas o plano foi pausado após o acidente da Xiaomi.
  • A retomada deve ocorrer ainda este ano, com a expectativa de aprovação do primeiro modelo Nível 3 até 2026.

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Novas regras miram equilíbrio entre segurança e inovação no desenvolvimento de sistemas inteligentes ao volante – Imagem: metamorworks/Shutterstock

Automação de nível 3 em breve nas ruas da China

Mais de 60% dos veículos vendidos na China em 2024 já contam com sistemas de Nível 2, como os da Tesla, Xiaomi e BYD — esta última, por exemplo, oferece seu software “God’s Eye” sem custo adicional. Agora, o desafio é avançar para o próximo nível mantendo os padrões de segurança.

Enquanto isso, empresas como Huawei, Zeekr (da Geely) e outras já exibem tecnologias de Nível 3 prontas para produção, à espera da regulamentação.

Em contraste, montadoras estrangeiras como Mercedes-Benz e Volkswagen ainda hesitam em assumir a responsabilidade legal que o Nível 3 exige, destacando a vantagem competitiva das fabricantes chinesas.

Para analistas, a abordagem regulatória chinesa — que impõe rigor sem travar a inovação — pode ser um trunfo na corrida global pela liderança em direção autônoma.

O logotipo da ZEEKR é visto em uma de suas lojas em Ningbo, China.
Com montadoras chinesas já ostentando tecnologias autônomas, primeiro carro com autonomia de Nível 3 pode ser aprovado até 2026 no país (Imagem: Tada Images / Shutterstock)


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


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