Os cientistas já sabem que a ingestão de álcool é ruim para a saúde de forma geral. Mas um novo estudo identificou que esta prática pode causar efeitos de longo prazo para o cérebro, inclusive auxiliando no desenvolvimento de doenças como o Alzheimer.
Os resultados foram mais preocupantes em pacientes com histórico de alcoolismo. Segundo os pesquisadores, isso indica que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas está diretamente ligado a sinais de lesão cerebrais.

Estudo investigou impacto do consumo de álcool no cérebro
- O trabalho foi liderado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e investigou o impacto do consumo de álcool no cérebro de pessoas que já haviam morrido.
- Foram examinados dados de autópsia cerebral de 1.781 indivíduos.
- Os pesquisadores descobriram que os pacientes que tinham histórico de alcoolismo apresentaram um risco 89% maior de desenvolver lesões cerebrais vasculares em comparação com os que não bebiam.
- Já os participantes que bebem de forma moderada tiveram um risco 60% maior.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Neurology.
Leia mais

Maiores chances de desenvolvimento de biomarcador do Alzheimer
Durante o trabalho, a equipe também identificou que pacientes com histórico de alcoolismo tinham um risco 41% maior de apresentar emaranhados de proteína tau. Este é um biomarcador da doença de Alzheimer.
Apesar da descoberta, os cientistas destacam que isso não comprova uma associação direta entre o consumo de álcool e a forma mais comum de demência. No entanto, esta possibilidade ainda não pode ser totalmente descartada.

Os pesquisadores também reconhecem algumas limitações do estudo. Eles não foram capazes, por exemplo, de acompanhar os pacientes antes da morte para obter mais detalhes sobre o consumo de álcool e outros fatores de estilo de vida ao longo do tempo. De qualquer forma, este é mais um sinal de alerta para os efeitos do alcoolismo.