Nova técnica aumenta proteção de vacina contra o HIV

Cientistas usaram uma combinação para obter uma resposta imunológica significativamente mais forte contra a doença

Enfermeiro segurando um imunizante (Reprodução: RF._.studio/Pexels)

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Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram uma maneira de aprimorar a proteção fornecida por vacinas de dose única contra o HIV. A novidade, no entanto, pode ajudar a criar novos imunizantes para outras doenças.

No mais recente trabalho, os cientistas combinaram dois adjuvantes, substâncias adicionadas a um produto para melhorar sua eficácia ou desempenho, para obter uma resposta imunológica significativamente mais forte. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Science Translational Medicine.

Ilustração de um vírus recebendo uma dose de vacina
Testes revelaram aumento da proteção da vacina contra a doença (Imagem: Andrey Rykov/iStock)

Vacinação é fundamental para evitar aumento das infecções

  • Em todo o mundo, o HIV já causou 42 milhões de mortes.
  • Estima-se que este seja quase o mesmo número de pessoas que vivam com a doença hoje.
  • A maioria delas está na África, quase 65%.
  • Já no Brasil, foram registrados 46.495 novos casos em 2023.
  • Isso representa um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior e segue uma tendência global de elevação nas infecções.
  • Segundo especialistas, a melhor maneira de prevenir novos casos é reforçar a vacinação contra a doença.

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Casos da doença voltaram a aumentar no mundo (Imagem: Gam1983/iStock)

Aumento do número de anticorpos foi observado

No novo trabalho, a equipe do MIT combinou dois adjuvantes para obter uma resposta imunológica significativamente melhor do que uma vacina com apenas um deles. O imunizante foi testado em camundongos e apresentou ótimos resultados.

Os adjuvantes em questão são o hidróxido de alumínio, que é comumente usado em imunizantes, e uma nanopartícula chamada SMNP, desenvolvida pelos pesquisadores. Ela contém saponina, um adjuvante derivado da árvore da casca de sabão chilena, e um adjuvante sintético chamado Monofosforil Lipídio A (MPLA).

Vírus da Covid
Método também pode melhorar resposta das vacinas contra o vírus da Covid-19 (Imagem: Fusion Medical Animation/Unsplash)

Segundo os cientistas, esta combinação aumentou a resposta das células B em duas a três vezes. Elas são responsáveis por produzir anticorpos que podem reconhecer um patógeno ao qual o corpo foi exposto anteriormente, aumentando as chances de combater vírus perigosos.

A nova abordagem fez com que a vacina adjuvante dupla se acumulasse nos gânglios linfáticos dos camundongos e permanecesse lá por um mês, período durante o qual seus sistemas imunológicos efetivamente desenvolveram muitos anticorpos contra a proteína do HIV. Esta mesma técnica pode ser utilizada para combater outros vírus, como o da influenza e até da Covid-19.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.


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