DeepSeek ajuda China a contornar sanções

Um alto funcionário do Departamento de Estado da Casa Branca acusou a China de driblar os controles de exportação

(Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

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Estamos observando uma disputa entre Estados Unidos e China pela hegemonia tecnológica global. A Casa Branca impôs uma série de sanções com o objetivo de evitar que Pequim promova avanços em setores como inteligência artificial e chips semicondutores, considerados estratégicos.

No entanto, uma reportagem da Reuters aponta que os chineses estão utilizando o DeepSeek, modelo de IA desenvolvido pelo país, para contornar estas proibições. Por conta disso, os EUA estudam endurecer ainda mais os controles de exportação.

Data Center.
IA chinesa usa data centers de outros países para driblar os controles de exportação dos EUA (Imagem: Caureem/Shutterstock)

Método garante acesso aos chips da Nvidia

Segundo um alto funcionário do Departamento de Estado da Casa Branca, que preferiu não ser identificado, a China está usando empresas de fachada do Sudeste Asiático. O objetivo é acessar semicondutores de ponta que não poderiam ser vendidos para o país.

O DeepSeek é fundamental neste sentido, uma vez que a IA consegue ter acesso remotamente aos chips da Nvidia a partir de data centers de outros países da região. O governo da China e a empresa chinesa não se pronunciaram sobre o assunto.

Ilustração digital de chip da Nvidia
Nvidia diz que não disponibiliza os chips para a China (Imagem: Nor Gal/Shutterstock)

Ainda de acordo com a reportagem, o funcionário ouvido disse que a Casa Branca pode implementar sanções contra o DeepSeek, mas não há nada definido neste sentido até o momento. Já a Nvidia disse que não compactua com qualquer violações dos controles de exportação e que está fora do mercado de data centers da China.

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Montagem sobre Guerra dos Chips com bandeiras da China e dos Estados Unidos
EUA querem impedir acesso da China aos semicondutores (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Por fim, a Casa Branca anunciou recentemente novas regras com o objetivo de impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.


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