IA do Google é treinada com vídeos do YouTube

Criadores e empresas de mídia alertam para uso de conteúdo na construção de modelos como o Veo 3, sem compensação ou transparência suficientes

(Imagem: Artyom Sobolev/Shutterstock)

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O Google está utilizando parte de sua vasta biblioteca do YouTube — que conta com mais de 20 bilhões de vídeos — para treinar modelos avançados de inteligência artificial, como o Gemini e o gerador audiovisual Veo 3, confirmou a empresa à CNBC.

Embora afirme utilizar apenas um subconjunto do acervo e respeitar acordos com criadores, especialistas alertam para possíveis violações de propriedade intelectual.

Logo do Google na fachada de uma loja
Empresa confirma uso de acervo da plataforma para treinar modelos avançados, gerando preocupações entre criadores e especialistas em direitos autorais (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

Google dá justificativas

  • Segundo o Google, o uso de conteúdo da plataforma para melhorar produtos com IA é prática antiga.
  • No entanto, muitos criadores e empresas de mídia não sabiam que seus vídeos estavam sendo usados para esse fim, tampouco possuem a opção de impedir que seus materiais sejam utilizados para treinar modelos da própria empresa.
  • Críticos apontam que esse treinamento pode estar ajudando a IA a produzir versões “sintéticas” do conteúdo original, sem dar crédito ou compensação aos autores.
  • Ferramentas como o Trace ID mostram sobreposição significativa entre vídeos gerados pela IA Veo 3 e conteúdos reais de criadores como Brodie Moss — em um caso, o áudio gerado obteve 90 pontos numa escala de 0 a 100.
Veo Google IA
Vídeos do YouTube estão sendo usados para alimentar modelos como o Veo 3, gerador de vídeos com IA (Imagem: Reprodução/Google)

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Opiniões se dividem entre criadores de conteúdo

Enquanto alguns criadores adotam uma postura positiva, vendo a IA como uma evolução inevitável, outros expressam preocupações com o uso não autorizado e o risco de substituição profissional.

O YouTube oferece ferramentas limitadas para denunciar uso indevido de imagem e restringe apenas o uso por empresas externas, não pelo próprio Google.

A questão se intensifica com ações judiciais, como a movida por Disney e Universal contra geradores de imagens de IA, e pressões políticas por mais regulamentação sobre o uso da imagem e da propriedade intelectual no contexto da inteligência artificial.

veo 3
Gigante da tecnologia afirma seguir regras e proteger criadores, mas especialistas apontam riscos de homogeneização e conflito de direitos autorais (Imagem: Google)


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


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