Sons de carros elétricos criam perigo a pedestres; entenda motivo

Pesquisadores da Suécia investigaram a capacidade das pessoas de localizar três tipos comuns de sinais de alerta desse modelo

Sistemas atuais de alerta acústico para veículos elétricos e híbridos seguem normas internacionais (Imagem: PinkBadger/iStock)

Compartilhe esta matéria

Pedestres têm dificuldade de detectar sons de carros elétricos e híbridos, tornando-os ainda mais vulneráveis no trânsito, segundo nova pesquisa da Universidade de Tecnologia Chalmers (Suécia).

Os pesquisadores investigaram a capacidade das pessoas de localizar três tipos comuns de sinais de alerta (ou AVAS – Sistema de Alerta Acústico de Veículos) de veículos híbridos e elétricos em baixa velocidade.

Os resultados mostraram que todos os tipos de sinais eram mais difíceis de localizar do que o som de um motor de combustão interna. A maioria dos participantes não conseguiu determinar se estavam ouvindo um, dois ou mais veículos simultaneamente.

Silenciamento de elétricos pode dificultar detecção dos veículos por pedestres e ciclistas (Imagem: deberarr/iStock)

Como foram feitos os testes?

  • 52 pessoas foram conduzidas ao laboratório de acústica de Chalmers, em câmaras à prova de som, simulando condições reais em estacionamentos;
  • Cada uma delas foi colocada no centro da sala e cercada por 24 alto-falantes dispostos em um anel na altura do peito;
  • Três tipos de sons foram reproduzidos nos alto-falantes, correspondendo aos sinais de um, dois ou mais veículos elétricos e híbridos, além de um motor de combustão interna;
  • Um dos sinais consistia em dois tons: um tinha vários tons e um era apenas ruído;
  • Os indivíduos ouviram um sinal de alerta de veículo a cerca de 7,5 metros de distância, misturado com ruído de fundo pré-gravado de um estacionamento tranquilo da cidade;
  • Ao ouvirem o sinal, os indivíduos tiveram que marcar a direção de onde ele vinha o mais rápido possível.
Estudo foi realizado em laboratório de acústica simulando condições reais em estacionamentos (Imagem: Reprodução/Chalmers)

“O sinal composto por dois tons vindos de três veículos simultaneamente foi o mais difícil e nenhum dos indivíduos conseguiu localizar todos os sinais de dois tons dentro do limite de tempo de dez segundos”, escreveram os autores. Assista aqui ao vídeo do experimento.

Leia mais:

Em busca do equilíbrio nos elétricos

Os sistemas atuais de alerta acústico para veículos elétricos e híbridos seguem normas internacionais. Na Europa, veículos que trafegam a velocidades inferiores a 20 km/h devem emitir um sinal de alerta composto por tons ou ruídos para facilitar a detecção por pedestres e ciclistas.

A forma como os requisitos são formulados permite que os fabricantes de automóveis criem seus próprios sons característicos. Esses sinais de alerta são frequentemente testados sem a complicação do ruído de fundo. Mas, em ambiente de tráfego real, geralmente há muitos tipos diferentes de som“, afirma Wolfgang Kropp, professor de acústica do Departamento de Arquitetura e Engenharia Civil da Chalmers.

Pesquisadores defendem equilíbrio entre sinais de alerta de baixo ruído, mas que garantam segurança (Imagem: wordplanet/iStock)

No caso do motor de combustão interna, o som consiste em pulsos curtos abrangendo todas as frequências, o que facilita a detecção por humanos. Além disso, as pessoas estão mais familiarizadas com esse tipo de ruído em comparação com sons de elétricos.

“Naturalmente, como especialistas em acústica, acolhemos com satisfação o fato de os carros elétricos serem significativamente mais silenciosos do que os motores de combustão interna, mas é importante encontrar um equilíbrio”, diz Leon Müller, doutorando do Departamento de Arquitetura e Engenharia Civil da Chalmers.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.


Postagem Relacionada

Copyright © 2024 Jornal Vertente

Jornal Vertente
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível ao usuário. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e desempenham funções como reconhecer você quando retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.