Como as mudanças climáticas estão transformando o Everest

O aumento das temperaturas e o maior número de turistas na região estão transformando a paisagem do Everest

(Imagem: Hussain Warraich/Shutterstock)

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O Monte Everest é a montanha mais alta do planeta, com uma altitude de cerca de 8.850 metros acima do nível do mar. Ela localiza-se na cordilheira do Himalaia, na fronteira entre o Nepal e o Tibete, na China, e é muito visitada por turistas, especialmente montanhistas.

A temporada de escalada atinge o pico no final de maio e início de junho de cada ano. O desafio não é simples, mas cada vez mais pessoas estão tentando chegar ao ponto mais alto da Terra. Esta maior movimentação, combinada com os efeitos das mudanças climáticas, no entanto, estão transformando a paisagem local.

Alpinistas andando no Monte Everest
Cada vez mais turistas visitam o local (Imagem: Vixit/Shutterstock)

Número de montanhistas disparou

  • Edmund Hillary e Tenzing Norgay foram os primeiros homens a chegarem ao cume do Everest.
  • Isso aconteceu em 29 de maio de 1953.
  • Nos 30 anos após o feito, apenas 150 homens e mulheres conseguiram superar este desafio.
  • Mas desde então, o número de montanhistas disparou.
  • Em 2019, um recorde de 877 pessoas chegou ao cume da montanha.
  • Até o final de 2024, foram 12.884 subidas e 335 mortes no local, uma taxa de sobrevivência de 97,4%.
  • Mas a chamada “zona da morte”, acima de 8 mil metros, segue apresentando os maiores riscos.

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Everest é a montanha mais alta do mundo (Imagem: GenadijsZ/Shutterstock)

Em artigo publicado no portal The Conversation, o professor Carl Atender, da Universidade de Swansea, no País de Gales, afirma que este maior movimento traz impactos para a paisagem do Everest. Além disso, as mudanças climáticas desempenham um papel importante neste sentido.

Embora inicialmente as montanhas e picos pareçam notavelmente semelhantes aos da década de 1920, a queda no nível da geleira rapidamente se torna aparente. O fluxo glacial ordenado foi substituído por detritos rochosos e numerosos lagos empoleirados, deixando uma paisagem lunar. Nossa pesquisa mostra que a atividade turística e de escalada está tendo impactos significativos na região. As causas estão diretamente na montanha, mas também em casa, particularmente nos danos que todos os nossos estilos de vida consumistas estão causando nas geleiras do Himalaia.

Carl Atender, professor da Universidade de Swansea

Vista aérea do Monte Everest
Paisagem da montanha está se transformando (Imagem: kafi9944/Shutterstock)

O especialista, entretanto, ressalta que essas atividades também trouxeram oportunidades de desenvolvimento muito necessárias para as populações locais. A esperada redesignação da Reserva Natural Nacional de Qomolangma como parque nacional no atual plano do governo central chinês pode trazer novas oportunidades.

Por outro lado, a sua pesquisa também identificou uma deficiência na proteção da herança cultural e da relação espiritual de longa data com a montanha. Por isso, ele defende uma relação mais equilibrada com o Everest e seu povo, que reavalie nossa obsessão doentia por apenas chegar em um pico.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


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