O mundo está repleto de bichinhos que rastejam, pulam, andam pelas folhas, pelo chão, pelas paredes ou até mesmo dentro de nossas casas.
Entre esses pequenos animais, os artrópodes se destacam como o grupo mais numeroso da natureza. Eles têm em comum o corpo segmentado, patas articuladas e um exoesqueleto resistente feito de quitina.
Um exemplo típico de artrópode é a formiga, um inseto que vive em colônias organizadas e que podemos encontrar facilmente em jardins ou cozinhas.
Apesar das semelhanças externas entre muitos desses animais, como o tamanho pequeno, as patas finas e o corpo duro, é muito comum confundir insetos com aracnídeos. Essa confusão acontece porque eles compartilham algumas características básicas, mas, na verdade, pertencem a classes diferentes e têm diferenças importantes em sua anatomia, comportamento e função ecológica.
O que são os aracnídeos?
Aracnídeos são animais invertebrados pertencentes ao filo dos artrópodes, que também inclui insetos e crustáceos. Eles formam uma classe própria chamada Arachnida, da qual fazem parte animais como aranhas, escorpiões, carrapatos e ácaros.
Uma das principais características que definem os aracnídeos é a presença de quatro pares de patas, totalizando oito, ao contrário dos insetos, que possuem três pares. O corpo dos aracnídeos é dividido em duas partes principais: o cefalotórax, que reúne cabeça e tórax em uma estrutura só, e o abdômen.
Essa divisão corporal é diferente da dos insetos, cujo corpo é segmentado em cabeça, tórax e abdômen de forma separada e mais definida.

Além disso, os aracnídeos não possuem antenas nem asas, estruturas muito comuns entre os insetos. Também apresentam peças bucais chamadas quelíceras, que podem ser usadas para perfurar, cortar ou, em alguns casos, injetar veneno. Outro par de apêndices, chamados pedipalpos, pode ter função sensorial, manipuladora ou reprodutiva, dependendo da espécie.
A maioria dos aracnídeos é terrestre, vive em ambientes secos e é carnívora, alimentando-se de outros pequenos invertebrados. Aranhas e escorpiões, por exemplo, são predadores ativos que desempenham um papel importante no controle de populações de insetos.
Mesmo sem asas ou capacidade de voar, esses animais têm estratégias eficientes para caça e defesa, como a produção de teias ou venenos especializados.
Diferença entre aranha e inseto
A confusão entre aranha e inseto é comum, principalmente porque ambos são pequenos, têm exoesqueleto e patas articuladas. No entanto, há diferenças bem definidas entre os dois grupos.
A mais visível é a quantidade de pernas: aranhas, por serem aracnídeos, têm oito patas, enquanto insetos têm seis. Outra diferença está no número de segmentos corporais. As aranhas têm duas regiões principais, enquanto os insetos têm três. Isso altera também a posição dos olhos, da boca e dos membros sensoriais em cada grupo.

Insetos possuem antenas, que funcionam como sensores para detectar cheiro, som, movimento e outras informações do ambiente. Aranhas, por outro lado, não têm antenas e se orientam pelo tato, vibrações e, em alguns casos, por visão aguçada, embora muitas espécies enxerguem mal.
Insetos geralmente têm olhos compostos, formados por vários omatídeos, que oferecem um campo de visão amplo. Já as aranhas têm olhos simples, e seu número varia bastante: algumas têm oito olhos, outras seis ou até menos, dependendo da adaptação ao ambiente.

Outra diferença está nas asas. Muitos insetos possuem asas em algum estágio da vida, o que permite voar e colonizar diferentes ambientes. Aracnídeos não têm asas em nenhuma fase de desenvolvimento. Isso influencia diretamente na forma como se locomovem, caçam ou se dispersam.
A reprodução também apresenta distinções. Aranhas usam os pedipalpos para transferência de esperma, enquanto insetos têm sistemas reprodutivos mais variados e, frequentemente, passam por metamorfose, com estágios distintos como larva, pupa e adulto. Aracnídeos, em geral, nascem com aparência semelhante à dos adultos e não sofrem metamorfose completa.
Apesar das semelhanças superficiais, as diferenças anatômicas e funcionais mostram que aranha e inseto não são a mesma coisa. A distinção entre eles vai além da aparência e envolve estruturas corporais, comportamento, alimentação e papel ecológico. Entender essas diferenças é importante para valorizar a diversidade dos animais invertebrados e compreender seu impacto nos ecossistemas.
Com informações de Reconnect with Nature.