Girinos ‘ciborgues’ podem ajudar a tratar transtornos mentais

Cientistas implantaram eletrodos em embriões de girinos, antes mesmo da formação cerebral deles, para verificar o que acontece no cérebro

Pessoa com uma tristeza profunda (Reprodução: Motortion Films/Shutterstock)

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Os transtornos mentais, como autismo e esquizofrenia, são cada vez mais comuns e a tendência é que os casos aumentem ainda mais nos próximos anos. Apesar deste tendência, os cientistas ainda sabem relativamente pouco sobre estas condições.

Um cenário que pode mudar a partir de um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A equipe implantou eletrodos em girinos para tentar entender o que acontece no cérebro.

Estudo abre portas para a criação de novos diagnósticos de transtornos mentais (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Dispositivos foram implantados antes mesmo da formação do cérebro

  • O objetivo do trabalho era desvendar como conseguimos gerar pensamentos complexos, coordenar ações, refletir e crescer somente pela junção de células embrionárias.
  • Para isso, os dispositivos foram implantados em embriões de girinos, antes mesmo da formação cerebral deles.
  • Estes ‘ciborgues’ podem ajudar a elucidar as dúvidas existentes, além de poderem se tornar uma alternativa viável para diagnosticar autismo, bipolaridade e esquizofrenia.
  • O experimento identificou um material perfluoropoliétero (PFPE) com maciez e maleabilidade similares aos do cérebro.
  • Ele foi usado então para construir uma rede com condutores muito finos que inseriram em uma placa neural, estrutura acessível que forma o tubo neural dos embriões da espécie Xenopus laevis.
  • O tubo neural é a estrutura que dá origem ao encéfalo e à medula espinhal, sendo o precursor do cérebro.
  • Ao integrar o dispositivo com eletrodos à placa neural, os cientistas conseguiram monitorar de maneira estável e contínua a atividade cerebral durante cada estágio embrionário.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature.

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Objetivo era desvendar mistérios relacionados ao cérebro (Imagem: Edit 4 Me/Shutterstock)

Descobertas podem abrir novos caminhos de diagnóstico de transtornos mentais

Segundo os cientistas, o dispositivo monitora a atividade elétrica de cada célula cerebral com precisão de milissegundos. Eles ainda garantem que os eletrodos não causaram impactos no desenvolvimento dos embriões.

A equipe responsável pelo trabalho afirma que os resultados podem oferecer informações valiosas sobre o desenvolvimento cerebral. Além disso, podem ajudar a criar novas formas de diagnosticar autismo, bipolaridade e esquizofrenia, bem como para o desenvolvimento de novas terapias.

Cientistas implantaram eletrodos em embriões de girinos, antes mesmo da formação cerebral deles (Imagem: Nature)

O próximo passo é adaptar este sistema para o uso em ratos. Nos roedores, no entanto, o desenvolvimento cerebral ocorre em úteros e dependem de fertilização in vitro e transmissões mais avançadas de sinais cerebrais.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.


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