A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu que o cenário de mpox no mundo ainda é considerado uma emergência de saúde pública. A entidade divulgou uma série de recomendações aos países que enfrentam a transmissão do vírus, válidas pelo menos até 20 de agosto deste ano.
Ao longo de três anos, entre 2022 e 2025, foram confirmados quase 130.000 casos de mpox, incluindo mais de 280 mortes, em 130 países e territórios. A África ainda apresenta transmissão comunitária sustentada, e é responsável por 61% dos casos e 72% das mortes.
No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de infecção pela nova cepa do vírus (1b) em março deste ano. A paciente teve contato com familiares da República Democrática do Congo, que enfrenta um surto da doença.
O que a OMS recomenda?
Coordenação de emergência: engajamento político para intensificar os esforços de prevenção e resposta à mpox, incluindo a alocação de recursos; estabelecer um mecanismo para monitorar a eficácia das medidas de prevenção; fortalecer organizações parceiras para colaboração e apoio à resposta a MPOXs, incluindo corredores humanitários;
Vigilância colaborativa: ampliar acesso a diagnósticos precisos, acessíveis e disponíveis para testar o MPXV; identificar, monitorar e dar suporte aos contatos de pessoas com suspeita, diagnóstico clínico ou confirmação laboratorial de mpox; notificar a OMS sobre casos suspeitos, prováveis e confirmados de mpox em tempo hábil e semanalmente;
Cuidados clínicos seguros e escaláveis: suporte clínico, nutricional e psicossocial para pacientes com mpox; fortalecer a capacidade, o conhecimento e as habilidades dos profissionais de saúde; fortalecer a adesão às medidas de prevenção e controle de infecções e à disponibilidade de água, saneamento, higiene;
Tráfego internacional: fortalecer acordos de colaboração transfronteiriça para vigilância, gestão e apoio a casos suspeitos e contatos de mpox, e para o fornecimento de informações a viajantes e operadores de transporte, sem recorrer a restrições de viagem e comércio que impactam desnecessariamente as economias locais, regionais ou nacionais;

Vacinação: desenvolver e implementar planos de vacinação no contexto de uma resposta integrada no nível administrativo mais baixo, notificando casos de pessoas com alto risco de exposição;
Proteção comunitária: fortalecer a comunicação de risco e o engajamento comunitário nas comunidades afetadas e nas forças de trabalho locais para estratégias de prevenção, resposta e vacinação contra surtos;
Governança e financiamento: otimizar o uso de recursos, no contexto de déficits globais e locais de financiamento externo, alocando os recursos disponíveis para a implementação de intervenções essenciais de resposta à mpox necessárias no médio prazo;
Abordando lacunas na pesquisa: investir no enfrentamento de lacunas de conhecimento pendentes e na geração de evidências, durante e após os surtos; fortalecer e expandir o uso do sequenciamento genômico para caracterizar a epidemiologia e as cadeias de transmissão do MPXV.
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Sobre a doença
A mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. A transmissão em humanos pode ocorrer por meio do contato com uma pessoa infectada pelo mpox vírus ou materiais contaminados com o vírus.
Os sintomas incluem: erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não); adenomegalias, que se caracterizam por linfonodos inchados e também são denominados de “ínguas”; febre; dores no corpo; dor de cabeça; calafrio; e fraqueza.
Na maioria dos casos, os sintomas da mpox desaparecem em algumas semanas. No entanto, pessoas imunocomprometidas, crianças e gestantes podem ter complicações, caso não haja assistência adequada.