Mineração marinha sustentável? Robô tenta provar que é possível

Startup aposta em braços robóticos e inteligência artificial para coletar nódulos metálicos sem prejudicar ecossistemas marinhos frágeis

Robô canadense não danifica o fundo do mar (Imagem: Reprodução/Impossible Metals)

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Uma das maiores preocupações quanto a mineração marinha é a danificação dos ecossistemas aquáticos. Segundo matéria publicada no Jornal da USP, os principais riscos são: a destruição das formas naturais do solo e da vida marinha (micro e macrofauna), a compactação do fundo do mar e a criação de plumas de sedimentos que perturbam a vida.

Agora, uma empresa canadense deseja contornar essa situação utilizando robôs. A Impossible Metals criou uma máquina que utiliza braços mecânicos para selecionar recursos no leito de lagos, rios e oceanos, antes de guardá-los novamente dentro da máquina.

Robô da Impossible Metals
Robô da Impossible Metals não danifica ecosistemas marinhos (Imagem: Reprodução/Impossible Metals)

Máquina de mineração já está sendo testada

  • Os testes começaram em 2020 em um lago canadense na busca por uma tecnologia que consiga vasculhar o fundo dos mares sem causar grandes danos a vida local;
  • Depois que a fase de testes for concluída, o plano da companhia é levar o aparelho para o oceano, segundo informações do TechXplore;
  • A extração submarina convencional envolve retirar grandes quantidades de material em busca de nódulos polimetálicos do tamanho de batatas, ricos em níquel, cobre e cobalto — metais essenciais para baterias de veículos elétricos;
  • A startup Impossible Metals usa um robô que coleta esses nódulos de forma seletiva, segundo o cofundador Jason Gillham;
  • Testado em Ontário (Canadá), o robô paira sobre o leito do lago, operado remotamente por técnicos. Com câmeras, luzes e inteligência artificial (IA), ele identifica nódulos metálicos sem interferir na vida marinha.

Redução dos impactos e sustentabilidade

A máquina da Impossible Metals promete servir como alternativa para o método atual de escavação marítima. A técnica que boa parte das indústrias do ramo consiste, basicamente, em remover grandes quantidades de sedimentos do solo oceânico, separar os nódulos e devolver o excesso de volta ao mar.

Vida marinha precisa estar em harmonia com mineração (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

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Segundo Douglas McCauley, biólogo marinho da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA), isso gera grandes nuvens de sedimentos e toxinas, com uma série de impactos potenciais.

Segundo o cientista, “os ecossistemas nas profundezas do oceano são, especialmente, frágeis e sensíveis. A vida lá embaixo se move muito devagar, então, os organismos se reproduzem muito lentamente e crescem muito lentamente”.

Agora, a companhia canadense trabalha para obter a permissão de Donald Trump para operar nos mares do território ultramarino estdunidense da Samoa.

Pessoas sentadas olhando para monitores de computador e segurando joysticks; atrás, um homem, de pé, olhando para um dos monitores
Operação é toda remota (Imagem: Reprodução/Impossible Metals)


Matheus Lorente Cabral Labourdette é redator(a) no Olhar Digital

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.


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