Animal gigante pode habitar mais da metade dos oceanos da Terra

Cientistas analisaram quase 200 gravações do antes “raro” anfípode A. gigantea para descobrir que ele está distribuído pelos mares do mundo

(Imagem: Hadal Zone / Wikimedia Commons)

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Pesquisadores descobriram que os enormes crustáceos Alicella gigantea estão presentes em mais da metade dos oceanos da Terra. O estudo revela que o espécime parecia ser raro, mas a análise de quase 200 gravações demonstrou o contrário.

Em 1899, cientistas descreveram pela primeira vez o A. gigantea e registraram seu habitat entre 3.890 e 8931 metros de profundidade, parte dele na Zona Hadal — o hostil ambiente abaixo de 6 mil metros de profundidade. Esse animal também é o maior anfípode do mundo, podendo chegar até 34 centímetros de comprimento.

Os anfípodes são uma ordem dos crustáceos sem carapaça, com corpos achatados e dorso curvado. Sua aparência é similar a de um camarão e os espécimes são como “faxineiros do mar”, reciclando matéria orgânica como microrganismos mortos, restos de algas e seres maiores em decomposição, segundo informa a Live Oceans.

Anfípode gigante sobre câmeras submarinas
O Alicella gigantea é considerado o maior anfípode do planeta. (Imagem: P Maroni et al, Royal Society Open Science 2025)

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Animal não é mais “raro”

A pesquisa revela que os espécimes têm baixa densidade populacional, o que os dava um senso de “raridade”. Por isso, pouco se sabia sobre a demografia, variação genética e a dinâmica dos grupos de A. gigantea, havendo apenas sete estudos publicados com dados do sequenciamento genético do animal.

No inédito artigo, uma equipe de pesquisadores da Austrália compilou cerca de 200 gravações do A. gigantea em 75 localizações nos diversos oceanos ao redor do mundo. A equipe teve como base desde o primeiro registro do século XIX até a gravação mais atual.

O grupo concluiu que esse animal ocupa cerca de 59% de toda a cobertura oceânica do planeta. Mesmo assim, a análise de DNA demonstrou que todos representam uma única espécie idêntica geneticamente.

“Esta descoberta confirma que o anfípode supergigante está longe de ser ‘raro’, mas representa uma espécie única, espalhada globalmente, com uma distribuição extraordinária e ampla nas profundezas do mar”, concluíram os autores do estudo.


Samuel Amaral de Oliveira

Samuel Amaral de Oliveira é redator(a) no Olhar Digital


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