Nosso corpo ainda guarda segredos que não desvendamos completamente

Características do corpo humano como o queixo e o tamanho dos testículos continuam desafiando a ciência até os dias atuais

Imagem: AePatt Journey/Shutterstock

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O corpo humano, um produto de 4 bilhões de anos de evolução, ainda guarda muitos mistérios. Segundo Max Telford, professor de zoologia e anatomia comparada na University College London, nosso organismo é uma construção improvisada da natureza, moldada por adaptações acumuladas ao longo do tempo.

Em seu livro “A Árvore da Vida”, Telford investiga como e por que certas estruturas surgiram — e por que tantas continuam sem explicação clara. “Sabemos como os humanos evoluíram, mas não necessariamente por que certas características surgiram da forma como surgiram”, explica.

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A evolução ainda guarda mistérios sobre o corpo humano(Imagem: laikavoyaj / Shutterstock)

O que a ciência consegue explicar

  • Um exemplo é o testículo humano: em termos de proporção corporal, é três vezes maior que o de um gorila, mas bem menor que o de um chimpanzé.
  • Para entender essas diferenças, Telford recorre à evolução convergente — quando características semelhantes surgem de forma independente em diferentes espécies, permitindo identificar padrões.
  • No caso dos testículos, o padrão é claro: espécies promíscuas tendem a ter testículos maiores, devido à competição espermática. “Macacos com comportamento poliândrico produzem mais esperma para aumentar suas chances de reprodução”, diz Telford.
  • A mesma lógica se aplica a outros mamíferos, como bonobos e golfinhos.

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Algumas partes do corpo humano, como o queixo, seguem sem explicação clara mesmo após bilhões de anos de evolução – Imagem: BLACKDAY/Shutterstock

O mistério dos queixos

Já o queixo humano permanece um enigma. “Somos o único mamífero com queixo – nem os neandertais tinham”, observa.

Existem muitas teorias: reforço mandibular, atratividade sexual, ou resultado de uma dieta mais macia. Mas, sem exemplos semelhantes em outros ramos da árvore evolutiva, é difícil confirmar qualquer hipótese.

Para Telford, certas singularidades humanas talvez nunca tenham uma explicação definitiva. “Sem a possibilidade de comparar, algumas partes da natureza humana podem estar destinadas a permanecer um mistério”, conclui.

Padrões evolutivos e comparações com espécies ajudam a decifrar alguns traços do nosso corpo — mas não todos – Imagem: Charles Davis/Pixabay

O texto original sobre o tema foi publicado no The Conversation.


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


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