‘Galáxias fantasmas’ estariam escondidas perto da Via Láctea

Uma nova pesquisa sugere que até 100 pequenas galáxias estariam orbitando a Via Láctea, mas muitas delas nunca teriam sido identificadas

Cientistas descobriram campos magéticos no halo que envolve a Via Láctea. Crédito: Triff – Shutterstock

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Um novo estudo realizado por uma equipe de astrônomos da Universidade de Durham, no Reino Unido, chamou a atenção de cientistas. Isso porque o trabalho apresentou conclusões que podem mudar o atual entendimento sobre o que há nas proximidades da Via Láctea.

A pesquisa sugere que até 100 pequenas galáxias podem estar por perto, mas muitas delas nunca teriam sido identificadas. As descobertas foram apresentadas durante congresso da Royal Astronomical Society, uma sociedade científica e beneficente dedicada ao avanço das pesquisas sobre astronomia.

Podem existir muitas pequenas galáxias perto de nós (Imagem: NASA/STSci)

Galáxias teriam perdido matéria escura

  • De acordo com o estudo, apesar de estarem orbitando a Via Láctea, essas galáxias seriam tão pequenas que nenhum telescópio nunca teria conseguido identifica-las.
  • A existência delas foi prevista a partir do uso de supercomputadores e de novos modelos matemáticos.
  • Os cientistas explicam que esses objetos seriam versões em miniatura das galáxias que conhecemos, mas teriam perdido boa parte da matéria escura.
  • Esta é uma substância invisível que ajuda a mantê-las unidas.

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Nossos telescópios não conseguiram identificar as galáxias (Imagem: vchal/Shutterstock)

Descoberta pode mudar entendimento dos cientistas

Os astrônomos da Universidade de Durham afirmam que as “galáxias fantasmas” perderam boa parte da sua matéria escura porque foram “puxadas” pela gravidade da Via Láctea. Como consequência, elas ficaram pequenas, fracas e quase não emitem luz, o que dificulta a identificação delas.

Sabemos que a Via Láctea tem cerca de 60 galáxias-satélites confirmadas, mas acreditamos que há dezenas de outras, extremamente fracas, girando ao seu redor. Se nossas previsões estiverem corretas, elas reforçam a teoria chamada Lambda-CDM, que explica como o universo evoluiu e como as galáxias se formam.

Isabel Santos-Santos, pesquisadora da Universidade de Durham

Ilustração de matéria escura
Representação artística da matéria escura, elemento que explicaria dificuldade de identificar as galáxias (Imagem: KIPC/SLAC?AMNH)

A teoria Lambda-CDM sugere que a maior parte do universo é feita de matéria e energia escuras, elementos invisíveis, mas que exercem influência sobre tudo. Apenas 5% do universo seria formado por matéria “normal”, como planetas, estrelas, gás e poeira.

Dessa forma, a maioria das galáxias teriam que ser anãs e orbitariam galáxias maiores, como a Via Láctea. O problema é que as descobertas feitas até agora não batiam com esta ideia. A explicação proposta pelo novo estudo é que a nossa tecnologia não é capaz de enxergar estas pequenas galáxias escondidas.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


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