Estudo mostra que tartarugas podem ter sentimentos como os nossos

Tartarugas demonstram emoções e reações ao ambiente, segundo estudo britânico que pode influenciar práticas de cativeiro e legislação

Imagem: seasoning_17/Shutterstock

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Um estudo inovador da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, revelou que tartarugas-de-pés-vermelhos (Chelonoidis carbonaria) podem vivenciar estados de humor duradouros, semelhante ao que ocorre com mamíferos e aves.

A pesquisa, publicada na revista Animal Cognition, oferece novas evidências de que répteis possuem experiências emocionais complexas — um marco para o bem-estar animal e para a compreensão da senciência em espécies não tradicionais.

Tartarugas sentem mais do que se pensava, aponta estudo (Imagem: Padodo/Shutterstock)

Detalhes do estudo

  • Utilizando testes de viés cognitivo — método já aplicado em humanos, aves e mamíferos — os cientistas avaliaram como 15 tartarugas interpretavam situações ambíguas com base em seus estados emocionais prévios.
  • Os resultados mostraram que animais mantidos em ambientes enriquecidos tendem a responder de forma mais otimista, indicando um humor positivo.
  • Essas tartarugas também demonstraram menor ansiedade diante de objetos novos, reforçando a relação entre humor e comportamento.

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Descoberta reforça a necessidade de repensar práticas de manejo e cuidado com espécies tradicionalmente negligenciadas (Imagem: seasoning_17/Shutterstock)

Descoberta muda nossa percepção sobre répteis

Para os pesquisadores, os achados representam uma mudança significativa na forma como os répteis são vistos, especialmente em relação à sua capacidade emocional.

“Com os répteis se tornando cada vez mais comuns como animais de estimação, entender seus estados afetivos é essencial para garantir seu bem-estar em cativeiro”, explicou Anna Wilkinson, professora de cognição animal.

O estudo reforça a importância de adaptar práticas de cuidado, manejo e legislação com base em evidências de senciência. No Reino Unido, por exemplo, a Lei de Bem-Estar Animal reconhece a capacidade dos animais de sentir — algo agora mais difícil de negar também no caso dos répteis.

As descobertas também têm implicações evolutivas. Se tartarugas, descendentes de linhagens separadas há centenas de milhões de anos de aves e mamíferos, compartilham estados emocionais, isso sugere que emoções podem ser mais comuns entre os animais do que se pensava.

Pesquisa inédita revela que répteis podem vivenciar estados de humor duradouros, abrindo caminho para mudanças no bem-estar animal (Imagem: FOTOGRIN/Shutterstock)


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


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