Objetos colidem em planetas o tempo todo. Mas nunca observamos algo bater em Saturno. Pelo menos, até agora. Mario Rana, da NASA, parece ter capturado um vídeo disso acontecendo. Agora, astrônomos do Observatório e Laboratório Virtual Planetário (PVOL) pedem ajuda para validar o ocorrido.
O vídeo foi gravado na manhã do último sábado (05). Ele mostra um clarão no lado esquerdo que parece ser de um impacto (veja abaixo). Objetos que colidiram com Júpiter – gigante gasoso igual Saturno – emitiram clarões parecidos.
Amplifying the call from Marc Delcroix and co. over the weekend: the team are looking to verify/refute a potential impact on #Saturn on July 5th, 09:00-09:15UT. Videos taken by amateur observers at that time might hold the key. This 📸 credit: Mario Rana
pvol2.ehu.eus/pvol2/news/v…
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— Leigh Fletcher (@leighfletcher.bsky.social) 7 de julho de 2025 às 04:37
Mais observações são necessárias para confirmar vídeo de impacto em Saturno
O ocorrido está longe de ser confirmado. O PVOL pede mais observações feitas na manhã do mesmo dia para confirmar ou refutar o possível impacto em Saturno.
“Marc Delcroix relata um possível impacto em Saturno capturado em alguns frames de um vídeo feito por Mario Rana”, consta no site do PVOL. “O possível impacto seria muito fraco e ainda não foi confirmado.”
“O clarão foi muito breve e teria ocorrido em Saturno em 5 de julho de 2025, entre 09:00 e 09:15 UTC [entre 6h e 6h15 no horário de Brasília]”, diz o texto publicado no site. “É muito importante obter outros vídeos de Saturno feitos nesse intervalo de tempo.”
Com sorte, em breve teremos mais observações sobre o ocorrido. Aí saberemos se, de fato, a ciência registrou, pela primeira vez, algo batendo em Saturno.
Impactos em gigantes gasosos
Planetas rochosos geralmente ficam com crateras visíveis quando algo bate neles. Já em gigantes gasosos, isso não é tão evidente.
Como suas camadas externas são compostas principalmente de hidrogênio e hélio, qualquer vestígio de impacto pode desaparecer rapidamente.

Astrônomos têm tentado modelar quantos impactos ocorrem nesse tipo de planeta. Um estudo recente estimou que objetos com mais de um quilômetro colidem com Saturno uma vez a cada 3.125 anos.
Já impactos menores são considerados mais comuns. No caso de Saturno, colisões podem deixar ondulações visíveis em seus anéis, segundo dados coletados pela missão Cassini.
Os anéis do planeta servem como “um grande detector de meteoros”, explicou Linda Spilker, cientista do projeto Cassini no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em 2013.
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Astronautas flagram ‘duendes vermelhos’ sobre a Terra
Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) capturaram imagens impressionantes de um fenômeno raro conhecido como “duende vermelho“, ou red sprite. É uma descarga elétrica que ocorre acima das nuvens durante tempestades.

Esse tipo de fenômeno, formalmente chamado de Evento Luminoso Transitório (TLE), ocorre na mesosfera, a até 80 quilômetros da superfície da Terra. E é caracterizado por sua cor avermelhada, resultado da interação com o nitrogênio atmosférico.
A foto foi tirada por Nichole Ayers, astronauta da NASA, enquanto a ISS sobrevoava o México e os EUA. Ele está em sua primeira missão espacial como parte da Crew-10 da SpaceX. A missão da qual Ayers participa também inclui astronautas do Japão e da Rússia. E deve durar até setembro.
Veja (e saiba mais sobre) a imagem nesta matéria do Olhar Digital.