O canabidiol (CBD) é um composto químico encontrado na planta Cannabis sativa e que não causa efeitos psicoativos. A substância tem sido estudado por seus potenciais terapêuticos em diversas condições, incluindo epilepsia, ansiedade, dor crônica e inflamação.
Agora, um novo estudo realizado em animais indicou o potencial uso do CBD no tratamento da dor neuropática crônica associada a comorbidades psiquiátricas, como a depressão. A pesquisa foi publicada na revista científica Neuroscience and Behavioral Physiology.

Foi verificado um efeito combinado do canabidiol
- De acordo com o Jornal da USP, os pesquisadores compararam os efeitos do CBD e da fluoxetina, um dos medicamentos utilizados no controle da depressão.
- A equipe verificou que a fluoxetina agia somente sobre a depressão, enquanto o canabidiol combinou efeitos antidepressivos e analgésicos.
- A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos contra estas condições.
- Lembrando que a necessidade de criação de novas terapias se justifica pelo porcentual de pessoas com dores crônicas que não respondem aos tratamentos convencionais.
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Resultados foram promissores
Durante o trabalho, os pesquisadores avaliaram os efeitos de 20 mg/kg de fluoxetina e de diferentes doses do CBD (3, 10 e 30 mg/kg) em ratos com lesão do nervo isquiático (ciático). Os animais foram escolhidos em função de características comuns às neuropatias humanas, como a alodinia, um tipo de dor provocada por estímulos normalmente não dolorosos, e a hiperalgesia, o aumento da resposta à dor.
Os resultados indicaram que a fluoxetina, assim como a menor dose de CBD (3 mg/kg), conseguiu reduzir a depressão. Enquanto isso, as demais doses de CBD (10 e 30 mg/kg) foram mais eficazes na redução da sensibilidade dolorosa. Os efeitos analgésicos mais consistentes foram obtidos com a dose mais alta, explicou a equipe.

Os cientistas explicaram que outros estudos clínicos já sugerem os benefícios do CBD em pacientes humanos com dor crônica e depressão associados, envolvendo propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e neuromoduladoras. No entanto, ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar os benefícios deste tipo de terapia.