Google é alvo de queixa antitruste por uso de IA em buscas

Editoras acusam empresa de usar conteúdo sem permissão para treinar sua IA que gera resumos na busca, afetando tráfego e receita

Imagem: viewimage/Shutterstock

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O Google enfrenta uma queixa antitruste na União Europeia, apresentada por um grupo de editoras independentes liderado pela Independent Publishers Alliance, devido ao uso de resumos gerados por inteligência artificial — chamados AI Overviews — exibidos no topo dos resultados de busca. As informações exclusivas são da Reuters.

Os resumos, que sintetizam conteúdo de diversas fontes, estão disponíveis para usuários em mais de 100 países e começaram a incluir anúncios em maio.

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Grupo pede medida emergencial contra o Google e diz que ferramenta prejudica imprensa independente – Imagem: Serhii Yevdokymov/Shutterstock

O que a acusação alega

  • A queixa, datada de 30 de junho e enviada à Comissão Europeia, alega que o Google está abusando de sua posição dominante no mercado ao utilizar, sem permissão, conteúdo de editoras para treinar seus modelos de IA e gerar esses resumos.
  • A ação teria provocado perda de tráfego, audiência e receita para os veículos afetados.
  • Segundo o documento, as editoras não têm a opção de impedir o uso de seu conteúdo para treinamento e geração de resumos sem comprometer sua visibilidade nos resultados do buscador.

O grupo também pediu uma medida provisória para evitar o que classificam como “danos graves e irreparáveis à concorrência e ao acesso à informação”, especialmente ao jornalismo independente.

A queixa é apoiada por outras organizações como o Movimento por uma Web Aberta e a ONG britânica Foxglove Legal, que defendem maior transparência e justiça no setor tecnológico.

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Resumos gerados por IA estariam drenando audiência e receita de sites de notícias na Europa (Imagem: Tigarto/Shutterstock)

Leia mais:

Google se defende

O Google respondeu afirmando que continua a direcionar bilhões de cliques a sites diariamente e que suas ferramentas de IA criam novas oportunidades de descoberta de conteúdo.

A empresa também criticou os dados apresentados pelos queixosos, alegando que são distorcidos e que o tráfego dos sites pode variar por diversos motivos, como interesse do público ou mudanças de algoritmo.

A Comissão Europeia ainda não comentou oficialmente sobre a denúncia. Queixas semelhantes também foram enviadas às autoridades do Reino Unido e já existem ações parecidas em andamento nos EUA.

Ao fundo, logo do Google; à frente, uma mão batendo um martelo de juiz
Google alega que sua IA gera bilhões de cliques a sites e que não é culpado pela queda de audiência em sites de jornalismo independente (Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


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