Em novos testes, IA foi superada por… crianças de 3 anos

Pesquisa revela que cérebros infantis reconhecem imagens com mais rapidez e menos dados do que os sistemas de inteligência artificial mais sofisticados

Imagem: ImageFlow/Shutterstock

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Apesar dos avanços da inteligência artificial (IA), um novo estudo revela que crianças de apenas três anos superam os modelos de visão computacional mais avançados em tarefas de reconhecimento visual.

A pesquisa, liderada por Vlad Ayzenberg, professor da Temple University, em colaboração com a Universidade Emory, foi publicada na Science Advances e destaca como o sistema visual humano é mais eficiente e robusto do que os algoritmos atuais, mesmo em idade precoce.

Menina pequena e fofa jogando em um tablet deitada no sofá com os pés para o alto e tênis calçados, sozinha em casa em uma sala grande. Crianças e tecnologias modernas
Estudo mostra que, aos três anos, humanos já superam modelos avançados de visão computacional em eficiência e precisão – Imagem: BAZA Production/Shutterstock

Pesquisadores registraram sucesso dos pequenos

  • No experimento, crianças de 3 a 5 anos foram expostas rapidamente (por 100 milissegundos) a imagens de objetos, com distrações visuais adicionadas, e ainda assim foram capazes de reconhecê-los com precisão notável.
  • A expectativa inicial dos pesquisadores era que a tarefa, originalmente projetada para adultos, fosse difícil demais para crianças pequenas.
  • Contudo, os resultados surpreenderam: os pequenos superaram os sistemas de IA — com exceção de modelos que receberam uma quantidade de dados visuais muito superior ao que um ser humano poderia experimentar.

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IA exige muito para fazer o que uma criança faz com pouco – Imagem: Jelena Stanojkovic/Shutterstock

Ayzenberg defende que os cérebros infantis podem servir como modelo para o desenvolvimento de IA mais eficiente.

Ele aponta que, enquanto crianças aprendem com poucas experiências, os modelos de IA precisam de imensos volumes de dados e consumo energético elevado. O treinamento de grandes modelos como o ChatGPT, por exemplo, emite até 17 vezes mais carbono do que uma pessoa emite anualmente.

O estudo reforça a importância de entender os mecanismos neurais que permitem às crianças desenvolverem rapidamente habilidades perceptivas complexas.

Com esse objetivo, Ayzenberg fundou o Laboratório de Aprendizagem e Desenvolvimento da Visão, que estudará o cérebro infantil com técnicas como neuroimagem funcional.

O trabalho visa não só aprimorar a IA com inspiração biológica, mas também aprofundar nosso conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo humano desde os primeiros anos de vida.

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Pesquisadores descobriram que a IA ainda tem muito a aprender com o cérebro das crianças – Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


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