A enxaqueca causa dores de cabeça intensas e pulsantes, muitas vezes acompanhadas de outros sintomas como náuseas e sensibilidade à luz e ao som. Estima-se que esta condição afete quase 15% da população mundial.
Apesar da existência de diversos tratamentos, nem todos os medicamentos disponíveis são realmente eficazes contra a doença neurológica crônica. Mas, segundo um novo estudo, o Ozempic, remédio usado para tratar diabetes tipo 2 e para perda de peso, pode ser uma alternativa.

Diminuição das dores foi observada na maioria dos pacientes
- De acordo com os pesquisadores, a classe de drogas que usa um receptor do peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), caso do Ozempic, reduziu a frequência da enxaqueca em pacientes pela metade.
- Durante o trabalho, foram analisados 31 participantes, sendo 26 mulheres e 5 homens.
- Todos apresentavam quadros de enxaqueca crônica e obesidade.
- Eles receberam o medicamento durante um período de 12 semanas.
- Ao final do período, relataram uma redução no número médio de dias com dores de cerca de 20 para 11 dias mensais.
- Segundo a equipe, a diminuição foi de cerca de 50% na maioria dos pacientes analisados.
- Alguns participantes chegaram a ter efeitos colaterais gastrointestinais leves, como constipação e náusea, mas eles desapareceram logo depois.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado no The Journal of Head and Face Pain.
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Possível novo caminho no tratamento contra a enxaqueca
De acordo com os cientistas, a obesidade geralmente está associada a um risco aumentado de enxaqueca e sabe-se que a perda de peso pode ajudar a reduzir a frequência destes sintomas. Isso explicaria os resultados da nova pesquisa.
Segundo a equipe responsável pelo trabalho, os participantes apresentaram uma pequena taxa de emagrecimento durante o período analisado. Este dado sugere que a ação contra as dores crônicas independe de uma perda de peso significativa.

Para os cientistas, medicamentos como o Ozempic atuam reduzindo a pressão intracraniana (PIC), uma pressão no crânio devido ao acúmulo de líquido cefalorraquidiano (LCR) e que pode causar enxaquecas intensas. Novos estudos são necessários para confirmar estes efeitos, mas os resultados apontam um possível novo caminho para o tratamento das enxaquecas crônicas.