Google dobra consumo de energia e desafia promessa de carbono zero

Data centers já consomem quase toda a eletricidade da empresa, que aposta em fusão nuclear, energia solar e geotérmica para sustentar crescimento

Imagem: bluestork / Shutterstock.com

Compartilhe esta matéria

O Google mais que dobrou o consumo de eletricidade de seus data centers nos últimos quatro anos, segundo o relatório de sustentabilidade divulgado recentemente.

Em 2024, essas unidades consumiram 30,8 milhões de megawatts-hora — um salto significativo em relação aos 14,4 milhões registrados em 2020, primeiro ano com dados divulgados. Hoje, elas respondem por quase 96% de toda a energia usada pela empresa.

O crescimento acelerado desafia a promessa do Google de operar com 100% de eletricidade livre de carbono. Embora a gigante da tecnologia já tenha feito avanços notáveis em eficiência energética, aproximando-se do índice ideal de uso (PUE) com uma média de 1,09, os ganhos têm diminuído.

Corredor de um data center
Empresa precisa conciliar crescimento explosivo de data centers com promessa de operação livre de carbono (Imagem: Alexander Limbach/Shutterstock)

Acordos por energia limpa

  • Para alcançar seu objetivo de fornecer energia limpa 24 horas por dia, sete dias por semana, o Google tem diversificado suas apostas.
  • Em 2024, anunciou acordos para adquirir centenas de megawatts de energia solar nos EUA e investir em usinas que, juntas, somam vários gigawatts em capacidade — com um custo estimado de US$ 20 bilhões.
  • A empresa também aposta em fontes mais estáveis: fechou contratos futuros para comprar energia de projetos de fusão (Commonwealth Fusion Systems) e fissão nuclear (Kairos Power), embora essas fontes só devam entrar em operação após 2030.

Leia mais:

O Brasil está na corrida pela tecnologia que irá revolucionar a energia solar (Crédito: Fit Ztudio/ Shutterstock)
Google tem acordos bilionários para usar fusão nuclear e usinas solares e manter promessa de zerar emissões (Crédito: Fit Ztudio/ Shutterstock)

Fontes limpas ainda não estão em todas as regiões

Enquanto isso, 66% da eletricidade usada por seus data centers já vêm de fontes limpas em tempo real — número que esconde desigualdades regionais. Na América Latina, esse índice chega a 92%; no Oriente Médio e na África, não passa de 5%.

“Atingir 100% de energia livre de carbono, o tempo todo e em todos os lugares, exige novas tecnologias”, afirmou Michael Terrell, chefe de energia avançada do Google. A corrida energética da empresa está apenas começando.

google data center
Data centers do Google disparam consumo e forçam investimentos bilionários em energia limpa – Imagem: Shutterstock/Marieke Kramer


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


Postagem Relacionada

Copyright © 2024 Jornal Vertente

Jornal Vertente
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível ao usuário. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e desempenham funções como reconhecer você quando retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.