Golpes digitais estão criando “crise global”, alerta Interpol

Número de fábricas de golpes cibernéticos que exploram vítimas de tráfico humano aumentou expressivamente em todo o mundo

Hackers usam IA para criar ataques quase impossíveis de detectar (Imagem: Badass artists/Shutterstock)

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A Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, emitiu um alerta importante nesta semana. Segundo a entidade, o número de fábricas de golpes cibernéticos que exploram vítimas de tráfico humano aumentou expressivamente em todo o mundo.

Estes centros forçam pessoas a participar de fraudes on-line e surgiram inicialmente em alguns países do Sudeste Asiático. Um deles é o KK Park, em Mianmar, de onde dois brasileiros conseguiram escapar em fevereiro deste ano.

Alerta foi emitido pela Interpol (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

Resposta internacional contra os golpes é necessária

  • Segundo a Interpol, operações similares agora foram identificadas em pelo menos mais quatro países asiáticos.
  • Ainda há evidências de que o modelo está se espalhando para outras regiões, como a África Ocidental, Oriente Médio e América Central.
  • Segundo a agência, esta é uma “crise global”. 
  • Enquanto os primeiros relatos apontavam majoritariamente vítimas de língua chinesa, atualmente as pessoas traficadas são oriundas de regiões como América do Sul, África Oriental e Europa Ocidental.
  • O relatório ainda afirma que é necessária “uma resposta internacional coordenada”.
  • As informações são do portal DW.

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Imagens de satélite mostram expansão do KK Park, em Mianmar, entre 2020 e 2024 (Imagem: Maxar Technologies)

Investigações já revelaram dezenas de casos

De acordo com o alerta, as vítimas, originárias de ao menos 66 países de todos os continentes, são frequentemente atraídas por ofertas falsas de emprego e depois mantidas em cativeiro. Muitas são chantageadas por dívidas, espancadas, exploradas sexualmente e, em alguns casos, torturadas.

Dentro desses centros, as pessoas são obrigadas a executar golpes on-line, principalmente visando pessoas no exterior para roubar dinheiro. Investigações da Interpol já revelaram dezenas de casos semelhantes nos últimos anos.

Criminosos usam deepfake para atrair vítimas (Imagem: R.bussarin/Shutterstock)

Ainda segundo o relatório, as novas tecnologias estão impulsionando a prática dos crimes. Uma das maiores preocupações é em relação ao uso de inteligência artificial para a geração de anúncios falsos de emprego ou mesmo criação de perfis deepfake para aplicar golpes.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.


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