Foguete da SpaceX cria anel semelhante a uma nebulosa no céu

Na última quarta-feira (25), às 3h31 (pelo horário de Brasília), um foguete Falcon 9, da SpaceX, decolou rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), levando quatro astronautas a bordo, membros da missão privada Ax-4, da empresa Axiom Space. Pouco depois do lançamento, algo impressionante foi visto no céu naquela madrugada. 

O Falcon 9 é um foguete reutilizável de dois estágios usado para transportar carga, satélites (principalmente os da Starlink) e tripulantes. Quando o propulsor do veículo retorna para pousar controladamente na Terra, a combustão reversa pode criar plumas de exaustão no alto da atmosfera.

O foguete Falcon 9 costuma criar plumas de exaustão no alto da atmosfera, que formam efeitos visuais impressionantes no céu. Crédito: Dennis Mammana via Spaceweather.com

Essas plumas, às vezes, assumem formas curiosas. Algumas parecem auroras, espirais ou as chamadas nuvens noctilucentes, como aconteceu na ocasião do lançamento da missão Transporter-14, também na semana passada. 

Foguete reproduz visualmente fenômeno cósmico muito distante

No entanto, o que se viu no céu no retorno do booster usado na missão Ax-4 foi algo ainda mais espetacular: um efeito luminoso semelhante a uma nebulosa!

A “nebulosa” formada no céu pelo propulsor do foguete Falcon 9 usado no lançamento da missão Ax-4, da Axiom Space. Crédito: SpaceX

Uma nebulosa é uma enorme nuvem de gás e poeira no Universo. Algumas se formam quando estrelas muito grandes chegam ao fim da vida e explodem em supernovas, espalhando gás e poeira pelo espaço. Outras, ao contrário, são regiões onde nascem novas estrelas. As nebulosas têm cores, composição, tamanhos e tipos variados, podendo ser de emissão, reflexão, escuras e planetárias – saiba mais aqui.

De acordo com o Centro Ciência Viva do Algarve, Portugal, a Nebulosa da Hélice (NGC 7293), apelidada de “Olho de Deus”, é a mais próxima da Terra, a cerca de 700 anos-luz de distância, na constelação de Aquário. Ou seja, o foguete da missão Ax-4 proporcionou, a olho nu e de pertinho, um espetáculo visualmente semelhante a eventos localizados a, no mínimo, trilhões de quilômetros de nós.

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A tripulação da missão Ax-4 da Axiom Space: o piloto Shubhanshu Shukla, a comandante Peggy Whitson e os especialistas Sławosz Uznański e Tibor Kapu. Crédito: Axiom Space

Sobre a missão Ax-4

  • O foguete Falcon 9 decolou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida;
  • Isso aconteceu após uma série de adiamentos, tanto por más condições climáticas quanto por razões técnicas;
  • A missão é chamada Ax-4 por ser o quarto voo tripulado da Axiom Space para a ISS;
  • Foi a primeira vez que a nova cápsula Crew Dragon da SpaceX, chamada Grace, foi usada;
  • A missão é liderada pela ex-astronauta da NASA Peggy Whitson, hoje diretora de voos tripulados da Axiom;
  • Os outros três membros são Shubhanshu Shukla, da Índia, Sławosz Uznański-Wiśniewski, da Polônia, e Tibor Kapu, da Hungria;
  • Esses três países nunca tiveram representantes do espaço antes desta missão;
  • O time chegou ao destino cerca de 28 horas depois do lançamento;
  • Eles vão passar duas semanas no laboratório orbital, realizando mais de 60 experimentos científicos antes de voltarem à Terra.


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