Pousar em Júpiter ou Saturno é, até hoje, uma missão impossível. Esses planetas, classificados como gigantes gasosos, apresentam obstáculos que vão muito além da tecnologia atual.
O Sistema Solar é dividido em três tipos principais de planetas:
- Primeiro, vêm os rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte;
- Depois, aparecem os gigantes gasosos: Júpiter e Saturno;
- Por fim, estão os gigantes gelados: Urano e Netuno.
Cada grupo tem características únicas, mas os gigantes gasosos se destacam por sua composição e estrutura completamente diferentes daquilo que conhecemos como “superfície”.
Júpiter e Saturno não têm “chão”
Júpiter e Saturno são formados principalmente por hidrogênio e hélio em estado gasoso. Diferentemente dos planetas rochosos, eles não têm uma crosta sólida onde se possa pousar. Na prática, não existe um chão. Quanto mais uma espaçonave tentasse descer, mais ela afundaria em camadas de gás cada vez mais densas, submetida a um cenário físico devastador.
Além da falta de uma superfície sólida, a pressão atmosférica nesses planetas aumenta de forma assustadora conforme se desce. A temperatura também sobe rapidamente. Em Júpiter, por exemplo, o núcleo pode atingir cerca de 7.000 graus Celsius, segundo a NASA. Isso é muito mais quente que a superfície do Sol. Nenhum material conhecido na Terra suportaria essa combinação de calor e pressão por muito tempo.

Logo nas camadas superiores de Júpiter e Saturno, já existem desafios. Nuvens espessas de amônia dificultam a visibilidade. Abaixo delas, a pressão transforma o hidrogênio e o hélio, que são gases nas partes mais externas, em líquidos. É como se esses planetas fossem uma mistura de gás e líquido, sem uma separação clara entre uma camada e outra.
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Núcleos dos gigantes gasosos são difusos
Até pouco tempo atrás, acreditava-se que havia um núcleo sólido bem definido no centro desses mundos. No entanto, missões como a Juno, que orbita Júpiter, e a Cassini, que estudou Saturno, mostraram outra realidade. Os dados dessas sondas da NASA indicam que os núcleos desses planetas são difusos, ou seja, não existe uma transição clara entre as camadas de gás, líquido e o centro planetário.
Isso significa que, mesmo se fosse possível construir uma nave capaz de resistir ao calor e à pressão, ela não encontraria um solo firme onde pudesse parar. A descida continuaria até que os materiais do equipamento fossem esmagados ou derretidos pelas condições extremas.

Além disso, as condições climáticas nesses planetas são extremamente violentas. Júpiter, por exemplo, abriga a famosa Grande Mancha Vermelha, uma tempestade gigante com ventos que ultrapassam 600 km/h. Saturno também possui fenômenos atmosféricos intensos, como tempestades que liberam grandes quantidades de energia.
Essas descobertas estão mudando a forma como os cientistas entendem os gigantes gasosos. Os antigos modelos, que imaginavam camadas bem definidas, vêm sendo substituídos por novas ideias que consideram gradientes de temperatura, composição e densidade. Assim, pousar em um gigante gasoso, por enquanto, permanece apenas no campo da ficção científica.
Com informações do site Popular Science.