Fósseis de 99 milhões de anos revelaram duas espécies inéditas de fungos parasitas, apontam os autores de um estudo publicado na Proceedings of the Royal Society B. Os novos espécimes – Paleoophiocordyceps gerontoformicae e Paleoophiocordyceps ironomyiae – foram encontrados nos corpos de uma mosca e de uma formiga preservadas em âmbar.

Entenda:

• Dois fósseis de 99 milhões de anos revelaram novas espécies de fungos parasitas;
• Chamados de Paleoophiocordyceps gerontoformicae e Paleoophiocordyceps ironomyiae, os fungos foram encontrados nos corpos preservados de uma mosca e de uma formiga;
• Os fungos parasitas invadem os corpos de insetos e os transformam em “zumbis” antes de matá-los;
• Esse tipo de parasita foi retratado recentemente na série The Last of Us;
• A descoberta é rara, e as novas espécies estão entre os exemplos mais antigos de fungos parasitas.

As novas espécies estão entre os exemplos mais antigos dos chamados fungos parasitas, que invadem os corpos de insetos e os transformam em “zumbis” antes de matá-los. Mas essa não é a única parte impressionante da descoberta: os fósseis preservaram o momento exato em que os fungos “explodiram” os corpos dos hospedeiros.

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Fósseis ficaram preservados por 99 milhões de anos

Como detalhou a equipe, o fóssil da mosca mostra o P. ironomyiae saindo da cabeça do inseto. Já no caso do P. gerontoformicae, pequenos esporos do fungo podem ser vistos botando do corpo da formiga. Os dois fósseis estão, atualmente, sob posse do Museu de História Natural de Londres.

Em um comunicado publicado pelo museu, os pesquisadores ainda destacam que encontrar evidências fósseis de fungos parasitas é algo extremamente raro. Isso porque, além de seus tecidos serem “frágeis e moles”, é muito difícil identificá-los entre restos de insetos.

Novas espécies são ligadas ao fungo parasita de ‘The Last of Us’ 

A equipe também descobriu que os novos fungos possuem parentesco com o Ophiocordyceps – popularmente chamado de fungo zumbi de formiga –, que inspirou a série The Last of Us, da HBO. As duas espécies podem ter se separado há cerca de 130 milhões de anos, sugerem os cientistas.

“As evidências fósseis mostram que os fungos infecciosos já estavam adaptados a dois insetos hospedeiros diferentes há cem milhões de anos, uma formiga e uma mosca verdadeira. Isso sugere que o fungo fez esse salto para outros insetos à medida que se diversificavam com o surgimento de plantas com flores e novos grupos de insetos, especialmente mariposas e borboletas”, diz Edmund Jarzembowski, paleoentomologista do Museu de História Natural.