NASA fotografa local onde sonda japonesa caiu na Lua

A sonda Resilience, fabricada e operada pela empresa japonesa privada ispace, falhou ao tentar pousar na Lua no início deste mês. Ao perder contato com o controle da missão na Terra, o lander caiu desgovernadamente na superfície lunar e ficou “desaparecido”, pelo menos até agora.

Seis dias depois da queda na superfície, em 11 de junho, a NASA utilizou o satélite Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) e conseguiu fotografar o local da queda. As imagens mostraram uma mancha escura na superfície lunar que não existia em fotos anteriores. Segundo a agência, o impacto levantou regolito, uma mistura de poeira e fragmentos de rocha que cobre o solo da Lua.

Sequência temporal mostrando o local antes (M1488987034R) e depois (M1504323448R) do impacto da sonda japonesa Resilience. Crédito: NASA/GSFC/Universidade Estadual do Arizona.

A sonda Resilience (ou Hakuto-R 2) tinha como destino a região de Mare Frigoris (“Mar de Frio”), que fica no hemisfério norte da Lua. O pouso estava programado para acontecer no dia 5 de junho. A missão levava vários experimentos científicos e também o Tenacious, o primeiro rover lunar construído da Europa, que implantaria uma obra de arte chamada Moonhouse, criada pelo artista sueco Mikael Genberg.

Cerca de 100 segundos antes do pouso, a equipe de controle perdeu contato com a sonda. O problema resultou em um impacto violento, que provavelmente destruiu a nave e toda a carga útil. 

No dia 16 de junho, o orbitador Chandrayaan-2, da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO), também registrou imagens do mesmo local. As fotos apresentaram detalhes mais claros da área afetada. Foi possível identificar vários pedaços dos destroços espalhados pelo terreno.

A luz refletida em pedaços de detritos pode ser vista claramente nas imagens capturadas pelo orbitador Chandrayaan-2, da Índia. Crédito: ISRO/Chandrayaan-2/Shanmuga Subramanian

O astrônomo amador Shanmuga Subramanian, conhecido por monitorar restos de missões lunares, encontrou ao menos 12 fragmentos da sonda Resilience. Ele compartilhou as imagens no X (antigo Twitter). Não foi informado o quanto esses pedaços estão distantes uns dos outros.

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Falha na sonda Resilience tem culpado apontado

Dados da própria missão indicam que o problema começou com o telêmetro a laser da sonda. Esse equipamento, usado para medir a distância até o solo, apresentou atrasos. Por isso, o módulo não conseguiu reduzir a velocidade a tempo do pouso. A empresa ispace confirmou a falha em uma coletiva de imprensa concedida na terça-feira (24).

Essa foi a segunda tentativa da ispace de pousar na Lua. A primeira missão também terminou em fracasso, em abril de 2023. 

Por outro lado, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) conseguiu sucesso em janeiro de 2024, com o módulo SLIM (sigla em inglês para “Nave Inteligente para Investigação da Lua”), que pousou na superfície lunar e permaneceu funcionando por meses, apesar de ter ficado de cabeça para baixo. Essa conquista fez do Japão o quinto país a realizar um pouso bem-sucedido na Lua, depois da União Soviética, EUA, China e Índia.

Representação artística do módulo de pouso Resilience, de uma empresa do Japão, na órbita da Lua. Crédito: ispace


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