Medicamentos para emagrecer como a semaglutida (Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro) estão em alta, mas preocupações crescentes levaram a agência reguladora de medicamentos do Reino Unido a emitir um alerta sobre seu uso por mulheres em idade fértil.
O aviso vem após 40 relatos de gravidez não planejada entre usuárias desses fármacos, o que pode estar relacionado à interferência na eficácia dos anticoncepcionais orais.
Como os medicamentos afetam a fertilidade
- Esses medicamentos imitam o hormônio GLP-1, que regula o apetite e retarda o esvaziamento gástrico — processo que afeta a absorção de comprimidos, inclusive os anticoncepcionais.
- “É provável que o esvaziamento gástrico mais lento atrase ou reduza a absorção de componentes da pílula no intestino delgado”, explica Simon Cork, professor sênior de fisiologia na Universidade Anglia Ruskin.
- Ele ressalta que, embora a semaglutida tenha efeito limitado nesse sentido, a tirzepatida demonstrou reduzir em até 20% a presença do hormônio etinilestradiol no sangue.
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Efeitos colaterais prejudicam a ação da pílula
Cork observa ainda que vômitos e diarreia, efeitos colaterais comuns desses remédios, “podem impedir que qualquer medicamento oral seja absorvido antes de ser eliminado do organismo”.
Além disso, a perda de peso tende a melhorar a fertilidade, sobretudo em mulheres com obesidade ou síndrome dos ovários policísticos. “O uso desses medicamentos pode aumentar as chances de engravidar, mesmo sem alterar a eficácia da pílula.”
Ele recomenda o uso de métodos contraceptivos adicionais, como preservativos ou DIU, especialmente nas primeiras semanas de tratamento.
A versão original deste texto foi publicada no The Conversation.
