Além de ser um vilão na dieta, o consumo de açúcar também está relacionado a mudanças de humor. Estudos comprovam que o excesso do alimento nas refeições contribui para o aumento de casos de depressão, ansiedade e tristeza a longo prazo.
Sobretudo, isso acontece porque a ingestão de açúcar está diretamente ligada a processos inflamatórios do corpo e do cérebro. Sem contar que o seu consumo pode afetar a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores essenciais para a sensação de bem-estar e felicidade. Reunimos essas informações em mais detalhes a seguir, confira!
Entenda como o açúcar pode estar relacionado à tristeza e transtornos de humor
Muito além de um ser só mais um inimigo na hora de fazer a dieta, o açúcar traz consequências à saúde mental. A verdade é que comer doces e alimentos que contém esse ingrediente em sua composição pode afetar o seu humor em diversos aspectos.
Afinal, o açúcar causas mudanças em nosso corpo e na mente, desde que passa pela nossa corrente sanguínea, afetando a glicose e neurotransmissores do humor, até causar inflamações que culminam em maior probabilidade de depressão.
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Alteração na glicose e humor
Ao consumir açúcar, o corpo o absorve rapidamente, elevando os níveis de glicose no sangue e proporcionando uma explosão instantânea de energia e prazer. Esse efeito, porém, é passageiro e pode criar uma falsa sensação de bem-estar, deixando o organismo dependente desse estímulo.
Logo depois, ocorre uma queda abrupta na glicose, resultando em fadiga, irritação e até mudanças no estado emocional. É aí que acontecem as alterações de humor, pois esse ciclo pode contribuir para sentimentos de ansiedade e melancolia.
Impacto nos neurotransmissores

Outro aspecto entre a relação do açúcar e nosso humor, se deve ao impacto que o alimento tem sobre os neurotransmissores de bem-estar e felicidade. Para se ter uma ideia tanto a serotonina quanto a dopamina são afetados a longo prazo.
Isso acontece porque, embora o consumo de alimentos açucarados nos trazem sensação de prazer imediato, aumentando o nível dos neurotransmissores, o efeito a longo prazo é prejudicial.
Afinal, com o tempo a resposta do cérebro pode ser outra, pois terá sua sensibilidade reduzida, e então irá exigir uma ingestão maior de açúcar para sentir o mesmo efeito. Esse processo, que pode ser comparado ao consumo de drogas, é o responsável por trazer sintomas de ansiedade, depressão e desiquilíbrio emocional.
Efeitos inflamatórios do açúcar no bem-estar mental

Se por um lado o açúcar afeta até mesmo os neurotransmissores que teoricamente têm efeito positivo (produzidos na medida certa), por outro ele pode despertar neurotransmissores não tão bons. Afinal, o açúcar pode estimular a produção de substâncias pró-inflamatórias que influenciam diretamente na liberação de neurotransmissores como cortisol e noradrenalina.
Dessa forma, quando esses hormônios entram em desequilíbrio podem afetar negativamente o humor. Além disso, a inflamação pode comprometer o funcionamento do cérebro, dificultando a regulação emocional e intensificando sentimentos de tristeza.
Não é à toa que ao longo dos anos vários estudos têm comprovado essa ligação. É o que mostra o estudo publicado na revista Scientific Reports, que analisou a relação entre o consumo excessivo de açúcar e o risco de depressão. A pesquisa acompanhou 8.087 britânicos por 22 anos, avaliando hábitos alimentares e saúde mental.
Os resultados indicaram que homens que consumiam mais de 67g de açúcar por dia apresentaram um aumento de 23% na ocorrência de problemas mentais após cinco anos. Embora o efeito tenha sido mais evidente no grupo masculino, os pesquisadores sugerem que a relação pode existir também em mulheres.