Pesquisadores adaptam terapia contra câncer para tratar o Alzheimer

Estudo usa tecnologia de células T CAR para atingir placas tóxicas no cérebro e abre caminho para tratamentos mais seguros e eficazes

Imagem: Antonio Marca/Shutterstock

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Pesquisadores do Instituto Buck de Pesquisa sobre Envelhecimento, na Califórnia, desenvolveram uma nova estratégia promissora para combater o Alzheimer, inspirada na tecnologia de células T CAR — amplamente usada em terapias personalizadas contra o câncer.

O estudo de prova de conceito demonstrou que versões modificadas dos chamados receptores CAR podem ser programadas para identificar e se ligar com precisão às placas de beta-amiloide e aos emaranhados de tau — proteínas tóxicas associadas ao declínio cognitivo na doença de Alzheimer.

Abordagem mira placas tóxicas com “células de precisão” – Imagem: Sergey Nivens/Shutterstock

Método livre de efeitos colaterais

Ao contrário dos medicamentos atuais, que podem causar efeitos colaterais graves como hemorragias cerebrais, a nova abordagem busca agir de forma precisa, poupando tecidos saudáveis.

“Os tratamentos atuais funcionam como uma marreta. Nosso objetivo é desenvolver um bisturi direcionado”, explicou Julie Andersen, autora sênior do estudo.

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Nova estratégia promete atacar Alzheimer sem agredir o cérebro – Imagem: 13_Phunkod/Shutterstock

Próximo passo da equipe de pesquisadores

  • Nos testes com camundongos, os CARs foram construídos a partir de anticorpos já em testes clínicos e mostraram alta afinidade com as proteínas-alvo no cérebro.
  • A equipe agora trabalha para acoplar aos CARs compostos terapêuticos que possam dissolver as placas e interromper a progressão da doença.
  • “A diferença crucial em relação às terapias para câncer é que nosso objetivo não é matar células, mas salvar neurônios”, afirmou a pesquisadora Chaska Walton.
  • la comparou o sistema a um “táxi autônomo”, que leva o tratamento exatamente até o ponto desejado.

Os cientistas também decidiram compartilhar abertamente as sequências genéticas usadas no estudo, algo incomum na área, para acelerar a colaboração científica global.

A pesquisa foi publicada no Journal of Translational Medicine.

Em fundo azul, quebra-cabeças formando um cérebro humano, com uma peça desencaixada
Alzheimer pode ter tratamento mais preciso com tecnologia inspirada no combate ao câncer – Imagem: mapush/Shutterstock


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


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