Registros bíblicos alegam que transformar água em vinho em um casamento foi o primeiro milagre de Jesus. Até então, acreditava-se que a cerimônia teria sido realizada em Kafr Kanna, a cinco quilômetros a nordeste de Nazaré. Mas escavações confrontam essa ideia.
A vila israelense de Khirbet Qana, a cerca de 12 quilômetros a noroeste de Nazaré, seria o ponto exato onde Jesus realizou o milagre a pedido de Maria — que se tornou símbolo de bênção e abundância, além de uma demonstração de seus poderes divinos.

A descoberta sobre Jesus
- As escavações em Khirbet Qana começaram em 1998, dando início à descoberta de uma “extensa rede de locais de culto cristão em um sistema de cavernas subterrâneas sob a vila”, segundo o jornal The Jerusalem Post;
- A vila judaica existiu entre 323 a.C. e 324 d.C. — as salas subterrâneas foram datadas do século III d.C. em diante, da era bizantina às Cruzadas;
- A equipe encontrou cruzes, a inscrição “Senhor Jesus” e até um altar abaixo de uma prateleira com dois jarros de pedra;
- Para os arqueólogos, esses recipientes continham a água que Jesus transformou em vinho. E a presença das salas para cultos prova que os primeiros cristãos visitavam Khirbet Qana para homenagear o primeiro milagre de Jesus.

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Mais evidências
No mesmo local, especialistas também encontraram um Beit Midrash, casa de estudo judaica do período romano, além de moedas da revolta dos Macabeus. Isso indica que a rede subterrânea funcionava como um centro religioso.
“Os textos de peregrinação que possuímos desse período, que descrevem o que os peregrinos faziam e viam quando chegavam a Caná da Galileia, correspondem muito ao que expusemos como complexo de veneração”, disse o historiador-chefe do projeto, Tom McCollough, à Fox News.

Por séculos, Kafr Kanna tem sido aceita como a Caná bíblica por causa da Igreja do Casamento e sua acessibilidade aos peregrinos — no entanto, arqueólogos não encontraram nenhuma evidência conclusiva de um assentamento judaico da era romana ali.
“Não há outra aldeia que possua o conjunto de evidências que apresente um caso tão persuasivo para Khirbet Qana”, acrescentou. “Essas descobertas justificam pelo menos uma reconsideração do valor histórico das referências de João a Caná e Jesus” na Bíblia.