O Brasil tem clima quente durante boa parte do ano, o que favorece o aparecimento de mosquitos, como o Aedes aegypti, que se prolifera principalmente em períodos úmidos.
A picada de algumas espécies causa apenas coceira, mas há aquelas que transmitem doenças, como a zika, a malária e a própria dengue. Porém, a ciência tem avançado na busca por entender o que atrai os mosquitos e como afastá-los.
7 dicas para afastar os mosquitos
Com diversos estudos realizados, a ciência vem mostrando os melhores caminhos para repelir os mosquitos a fim de não sofrermos com as doenças transmitidas por esses insetos ou com as picadas desagradáveis deles no dia a dia. A seguir, confira 7 dicas importantes.
1 – Utilize os repelentes adequados
O uso de repelentes é uma das maneiras mais famosas para evitar ser picado por um mosquito. Porém, você sabia que existe o tipo correto para se utilizar?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, afirma que alguns inseticidas chamados de “naturais”, que têm como base a andiroba, citronela, óleo de cravo e outros, não têm comprovação de eficácia.
Dessa maneira, odorizantes de ambientes, velas, limpadores e incensos que muitos dizem ser eficazes contra os mosquitos não são aprovados pela Anvisa. No entanto, há uma exceção: o óleo de neem, que contém a substância azadiractina. Ele pode ser usado, mas deve estar registrado na Agência.
Além disso, a Anvisa afirma que produtos contendo as substâncias químicas DEET (N-Dietil-meta-toluamida) ou icaridina são eficazes contra o mosquito da dengue e outras espécies. Essas substâncias também repelem pulgas, carrapatos e sanguessugas.
Além disso, segundo a Agência de Brasília, site institucional do Governo do Distrito Federal, um estudo feito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu, constatou que a icaridina a 25% tem mais eficiência como repelente.
O portal ainda traz a informação de que repelentes que possuem IR3535 têm eficácia durante duas e quatro horas, e ainda conseguem repelir vários outros insetos nesse período. Além disso, são os únicos no Brasil que podem ser utilizados em crianças pequenas de seis meses a dois anos.
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2 – Mude o sabonete que utiliza
De acordo com um estudo publicado pela iScience, em 2023, a aplicação de sabão altera as interações do mosquito no corpo humano. A ciência constatou que a atração desses insetos está ligada a composições químicas específicas.
No estudo, foi constatado que os mosquitos utilizam compostos orgânicos voláteis (VOCs), que são emitidos por plantas e hospedeiros animais. A descoberta foi importante, pois a maioria das pessoas utilizam produtos de cuidados pessoais que possui VOCs, como o sabonete na hora banho.
Os especialistas observaram que determinados produtos podem influenciar a escolha do mosquito, tornando algumas pessoas mais atraentes para os insetos, enquanto outras se tornam menos propensas a serem picadas.
Por isso, se você sofre demasiadamente com picadas de mosquitos, pode valer a pena dar uma olhada no rótulo do sabonete e ver se há a substância. Caso haja, uma boa alternativa é trocar o sabonete por outro que não tenha fragrância.
Evite sabonetes com essas substâncias na fórmula, caso deseje diminuir o nível de atração de mosquitos: Linalol, Limoneno, Citral, Geraniol, Citronelol, Etanol, Acetona, e Isopropanol.
3 – Evitar o cheiro de banana pode manter o mosquito da malária longe
Isso é bem curioso, mas um estudo do Departamento de Entomologia, da Universidade de Wisconsin (nos Estados Unidos), mostrou que os mosquitos Anopheles stephensi (transmite a malária) são atraídos pelo cheiro da banana presente nas mãos das pessoas após elas comerem a fruta.

Desta forma, o ideal é que você lave bem as mãos com água corrente e sabonete (ou detergente, se assim for mais acessível) após comer a fruta.
4 – Utilize tela ou rede de proteção
Em declaração dada ao National Geographic, Dina Fonseca, professora e ecologista molecular da Universidade Rutgers, em New Jersey (Estados Unidos), que estuda carrapatos e mosquitos, recomendou que as pessoas optem por utilizar tela nas portas e janelas para prevenir a visita de mosquitos.
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5 – Repelente natural piretro tem estudo que comprova sua eficácia
Piretro é um extrato vegetal muito utilizado há vários anos para evitar a picada de mosquitos. A substância natural tem a ação de ligar-se a pequenos poros nas células nervosas dos insetos e paralisá-los na hora do contato.
Em uma pesquisa liderada pelo professor de biologia Ken Dong, os pesquisadores realizaram diversos testes para compreender como os mosquitos detectam e evitam o piretro e quais são os componentes químicos que auxiliam neste efeito.
Então, diversas pessoas usaram uma luva de borracha especial e colocaram suas mãos em uma gaiola com 50 mosquitos. No acessório, uma camada com piretro, o que fez os insetos não chegarem perto.
6 – Evitar permanecer suado
Um estudo realizado pela Nature constatou que os mosquitos são atraídos pelo suor. Nesse caso, ao realizar atividades físicas ou qualquer outra ação que fizer você suar, o ideal é tomar um banho e utilizar os seus cosméticos, como desodorante e perfume.
Por sinal, o desodorante que possui o composto tetradecanoato de isopropila pode ajudar a repelir o mosquito da malária Anopheles coluzzii, impedindo ele de pousar na superfície revestida pelo produto, é o que aponta um estudo também da Nature.
7 – Evite as cores laranja, vermelha e preta
Em um estudo da Universidade de Washington, foi descoberto que quando os mosquitos sentem o cheiro de CO2, eles focam em cores específicas para encontrar um hospedeiro. A descoberta foi realizada por meio de um sistema de rastreamento 3D e túnel de vento, em conjunto com pistas visuais e olfativas para testar os comportamentos de picadas de mosquitos.
Dessa maneira, os especialistas observaram que os mosquitos são mais atraídos por quem está utilizando roupas de cores laranjas, vermelhas ou pretas. Por outro lado, a tendência é que os insetos ignorem o roxo, azul e branco.
Uma alternativa é optar por cores que menos atraem os mosquitos. No entanto, os especialistas ressaltam que ainda são necessárias mais pesquisas, pois fatores como suor e temperatura da pele também influenciam na atração desses insetos.