Café “fake” proibido pela Anvisa contém substância tóxica

Ocratoxina A é tóxica para os rins – conheça a substância encontrada no café “fake”

Grãos de café/ Crédito: ril21 (shutterstock/reprodução)

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Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a circulação de três marcas de café adulterado. O chamado café “fake” foi considerado fora dos padrões de qualidade da indústria por conter um material impróprio para o consumo, que pode causar contaminação pela substância ocratoxina A (OTA).

De acordo com a Embrapa, a ocratoxina A (OTA) é uma toxina produzida por fungos dos gêneros Aspergillus. Ela é classificada como um metabólito secundário tóxico e está entre as micotoxinas mais preocupantes devido aos seus efeitos nocivos à saúde humana e animal.

café fake
Matérias estranhas e impurezas estavam acima do permitido por lei (Imagem: reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária)

Quais são os riscos da substância encontrada no “café fake” para os humanos?

Uma pesquisa de 2016, publicada no PubMed Central (PMC), analisou os riscos da substância para animais e humanos.

  • Estudos indicam que a ocratoxina A causa danos aos rins e tumores renais em diversas espécies animais.
  • Em humanos, os efeitos são menos documentados, mas já há registros de associação entre a exposição à OTA e doenças renais, como nefropatia endêmica e nefropatia intersticial crônica.

Anvisa retira marcas de café de circulação

A Anvisa proibiu três marcas de “café fake” de fabricarem e venderem “pó para preparo de bebida sabor café”. Além disso, proibiu propagandas dos produtos citados.

As marcas são: Melissa, Pingo Preto e Oficial. A decisão foi tomada após inspeções constatarem a presença da toxina ocratoxina A, substância imprópria para consumo humano.

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Agora, todos os lotes esses produtos deverão ser recolhidos. E os já adquiridos precisam ser descartados.

As marcas em questão já haviam sido desclassificadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) no final de março. Além da toxina, os produtos apresentavam matérias estranhas e impurezas acima do permitido pela legislação brasileira.

Anvisa
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ainda foram identificadas irregularidades na rotulagem. As marcas informavam conter “polpa de café” e “café torrado e moído”, mas utilizavam ingredientes de qualidade inferior, como grão cru ou até resíduos. Por isso, são conhecidos como “café fake”.


Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.


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