A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) lançou a nova Diretriz Brasileira para o Tratamento Farmacológico da Obesidade, reconhecendo a obesidade como uma doença crônica que exige tratamento contínuo e individualizado.
Com 35 recomendações, o documento orienta médicos e gestores sobre o uso adequado de medicamentos em conjunto com mudanças no estilo de vida. As informações são da Agência Brasil.
O foco deixou de ser apenas a normalização do peso para priorizar qualidade de vida, funcionalidade e metas realistas, como a redução de pelo menos 10% do peso corporal — visando controlar comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono.

Principais recomendações:
- Medicamentos recentes, como semaglutida, tirzepatida e liraglutida, são priorizados por sua eficácia e segurança comprovadas em estudos clínicos.
- Pacientes com IMC acima de 27 e comorbidades ou acima de 30 já podem ser medicados, mesmo antes de tentativas de mudança no estilo de vida, em decisão compartilhada com o médico.
- A diretriz também considera o uso off-label de fármacos com respaldo científico, respeitando segurança, tolerabilidade e custo.
- Grupos específicos (idosos com sarcopenia, pessoas com câncer relacionado à obesidade e insuficiência cardíaca) recebem atenção especial.
- Fenótipos alimentares e fatores genéticos e psicológicos devem ser levados em conta para personalizar o tratamento.

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Fórmulas contraindicadas
O documento também reforça a contraindicação de fórmulas perigosas, como as que contêm hormônios e diuréticos, e recomenda manutenção contínua da terapia para evitar o reganho de peso após a suspensão dos medicamentos.
Segundo a Abeso, essa diretriz foi construída com base nas melhores evidências disponíveis, com o apoio de 15 sociedades médicas brasileiras.
