bebê foi enterrado com espada… e um leitão

Uma escavação arqueológica encontrou restos mortais de um bebê enterrado há mais de 1.300 anos na região de Baviera, na Alemanha. A análise revelou que a criança tinha cerca de um ano e meio quando morreu e pertencia a uma família rica local, já que foi sepultada ao lado de uma espada, joias e adereços… e até um leitão.

A escavação aconteceu em 2021, com novas informações reveladas em comunicado este ano. O bebê desenterrado ganhou o apelido de “Príncipe de Gelo”, já que seu túmulo teve que ser congelado para que pudesse ser removido do local sem ser destruído.

Câmara funerária teve que ser congelada para remoção (Imagem: BLFD/Reprodução)

Escavação teve que congelar e descongelar o ‘Príncipe de Gelo’ teve que ser congelado e descongelado’

A escavação aconteceu em 2021, perto da cidade de Mattsies, na região da Baviera. A câmera funerária foi encontrada em meio a restos de uma vila da era romana, em um local que costumava ser a fronteira do Império Romano no Ocidente (mas que depois foi tomada pelas invasões germânicas). Isso aconteceu séculos antes da morte do Príncipe de Gelo, no século XVII.

Para retirar a câmara da terra em um único bloco, sem que ela fosse destruída no processo, os arqueólogos tiveram que congelá-la usando nitrogênio líquido. Depois de 14 horas de escavação, ela pode ser descongelada para estudo.

Após o descongelamento, a equipe usou datação de radiocarbono para analisar os restos mortais e estimou que a criança tinha cerca de um ano e meio de idade quando morreu em decorrência de uma “infecção crônica” causada por uma infecção no ouvido. Uma análise de isótopos de estrôncio do esmalte do dente revelou que o indivíduo se alimentou principalmente de leite materno. Já uma análise de DNA revelou que se tratava de um menino de cabelo claro e olhos azuis.

Criança foi enterrada com pequena espada decorada (Imagem: BLFD/Reprodução)

Criança pertencia a uma família rica

Outros itens encontrados dentro da câmara funerária revelaram que a criança pertencia a uma família rica (e provavelmente importante) da região. Isso porque ele foi enterrado com roupas de couro, uma pequena espada em uma bainha decorada, joias e alimentos.

Confira:

  • A câmara funerária estava selada hermeticamente, revelando “ótimas condições de sepultamento”. Além disso, o local do enterro parece ter sido adaptado, mostrando o poder da família em garantir o espaço ideal para a criança;
  • A análise revelou que o menino foi enterrado vestindo roupas de couro, com uma camisa de manga comprida de linho e tiras de seda. A seda era um sinal de riqueza na região;
  • O bebê ainda tinha braceletes de prata nos braços e esporas de prata presas aos sapatos;
  • Já a câmara funerária em si tinha mobília e um pano decorado com uma cruz com tiras de ouro;
  • Os arqueólogos também encontraram restos de avelãs, maçãs, uma pera e ossos de um leitão. Os alimentos provavelmente foram enterrados junto com o menino como oferenda.
Além de espada e roupas de couro e seda, túmula tinha apetrechos de prata nas vestimentas (Imagem: BLFD/Reprodução)

Escavação revela detalhes sobre crenças antigas

A câmara funerária foi encontrada durante uma escavação para novas obras no local, mas fez descobertas impressionantes.

Primeiro, revelou ritos antigos de sepultamento, que incluíam um ambiente funerário completo, joias e até alimentos. De acordo com o site LiveScience, as investigações também mostraram que o prédio onde o Príncipe de Gelo estava foi reformado duas vezes após o enterro, provavelmente indicando um local de lembrança dos mortos.

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Segundo, a descoberta da cruz de ouro revelou as primeiras crenças cristãs na região. Isso porque a Baviera só se tornou oficialmente cristã após a conquista de Carlos Magno, no século VII (depois da morte do menino).


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