A maneira como vivemos mudou drasticamente nas últimas décadas. As cidades cresceram, os alimentos industrializados se tornaram parte do dia a dia e a rotina acelerada deixou pouco espaço para hábitos saudáveis.
Essas transformações afetaram diretamente a saúde da população, contribuindo para o aumento de diversas condições crônicas. Entre elas, uma se destaca pelo crescimento silencioso e pela capacidade de se instalar sem alarde: a diabetes.
Essa doença muitas vezes evolui de forma lenta, sem apresentar sintomas aparentes durante muito tempo. Ainda assim, seus efeitos podem ser devastadores se não for identificada e acompanhada adequadamente. A boa notícia é que existem exames simples e acessíveis para detectá-la, permitindo iniciar rapidamente o cuidado necessário.
O que é a diabetes?
A diabetes é uma condição crônica caracterizada por níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue. Esse desequilíbrio ocorre devido a uma deficiência na produção ou na ação da insulina, o hormônio responsável por ajudar a glicose a entrar nas células e ser utilizada como fonte de energia.
Quando a glicose se acumula no sangue, pode causar danos progressivos ao corpo, afetando órgãos como coração, rins, olhos e nervos.
Embora a diabetes seja muitas vezes relacionada à alimentação ou ao estilo de vida, nem todos os casos têm essas origens. A doença pode surgir por predisposição genética, por alterações autoimunes ou ainda por condições específicas que afetam a forma como o corpo utiliza a insulina.
A identificação precoce e o controle adequado são essenciais para prevenir complicações graves e manter a qualidade de vida do paciente.
Quais os tipos de diabetes?

Diabetes tipo 1
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis por produzir insulina. Isso impede que o organismo regule os níveis de glicose no sangue de forma natural. Esse tipo é mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens, embora possa surgir em qualquer idade.
Os principais sintomas incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, perda de peso inexplicada, fraqueza e visão embaçada. Como o organismo não produz insulina suficiente, o tratamento exige o uso diário de insulina injetável. A causa exata da reação autoimune ainda é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel importante.
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Diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença e ocorre quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina produzida, condição conhecida como resistência à insulina. Com o tempo, o pâncreas também pode produzir menos insulina, agravando o quadro. Esse tipo está geralmente associado ao sobrepeso, à obesidade, à falta de atividade física e a fatores genéticos.
Os sintomas podem se desenvolver lentamente e, por isso, muitas vezes passam despercebidos por anos. São semelhantes aos do tipo 1, incluindo sede aumentada, fome frequente, fadiga, infecções recorrentes e feridas que demoram a cicatrizar.
O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, exercícios físicos regulares, controle do peso e, em alguns casos, medicamentos orais ou injetáveis.
Diabetes gestacional
A diabetes gestacional é diagnosticada durante a gravidez e, geralmente, desaparece após o parto. Ela ocorre quando os hormônios produzidos pela placenta interferem na ação da insulina, levando ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Esse tipo de diabetes afeta principalmente mulheres com histórico familiar da doença, obesidade ou idade superior a 25 anos no momento da gestação.

Embora muitas vezes seja assintomática, pode causar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, como parto prematuro, excesso de peso ao nascer e maior chance de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. O tratamento inclui dieta controlada, prática de atividade física e, em alguns casos, o uso de insulina.
Pré-diabetes
O pré-diabetes é uma condição em que os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, mas ainda não são altos o suficiente para ser diagnosticado como diabetes tipo 2. Ele indica um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras complicações.
Muitas pessoas com pré-diabetes não apresentam sintomas evidentes. No entanto, é possível reverter esse quadro com mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, perda de peso, aumento da atividade física e abandono do sedentarismo. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a progressão da doença.
Diabetes tipo 3c
Um tipo menos conhecido, a diabetes tipo 3c, resulta de danos diretos ao pâncreas, muitas vezes causados por doenças como pancreatite crônica, cirurgia pancreática ou câncer pancreático. Nesses casos, as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina e outras enzimas digestivas são afetadas.
Esse tipo pode ser confundido com o tipo 2, mas o tratamento é diferente, pois envolve não apenas o controle da glicemia com insulina ou outros medicamentos, como também a reposição de enzimas pancreáticas para auxiliar na digestão. O diagnóstico preciso é essencial para evitar complicações.
As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.
Com informações de CDC.