Em uma iniciativa que aproxima a Valve do universo da neurotecnologia, Gabe Newell revelou que sua empresa Starfish Neuroscience pretende lançar um chip cerebral em 2025, entrando na disputa com a Neuralink.
O projeto da Starfish Neuroscience, cofundada por Newell, visa criar uma interface cérebro-computador (BCI) sem fio e sem bateria, capaz de se conectar simultaneamente a várias regiões do cérebro. Segundo Newell, a tecnologia representa um avanço significativo frente aos sistemas atuais, incluindo os da Neuralink, empresa liderada por Elon Musk.
Ao contrário da Neuralink, cujo foco imediato são aplicações clínicas e testes em humanos para tratar doenças neurológicas, a Starfish planeja iniciar sua atuação com aplicações médicas, mas também vislumbra um futuro próximo no setor de entretenimento e games.
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CHIP CEREBRAL MINIMAMENTE INVASIVO
O diferencial do chip da Starfish Neuroscience está na parceria com a imec, centro belga de pesquisa em nanoeletrônica. Juntos, eles desenvolveram um implante neural de ultra-baixo consumo de energia, o que elimina a necessidade de baterias, facilitando a miniaturização e reduzindo riscos para o paciente.
De acordo com informações do Road to VR, o primeiro chip da empresa está previsto para ser revelado ainda em 2025, com foco inicial em ensaios clínicos para o tratamento de distúrbios neurológicos. A tecnologia poderá ser adaptada, no futuro, para interfaces de realidade virtual e aumentada, além de aplicações em games — área que Newell conhece profundamente.
STARFISH NEUROSCIENCE: UMA NOVA APOSTA DE GABE NEWELL
Gabe Newell, conhecido mundialmente como o fundador da Valve e criador de franquias como Half-Life e da plataforma Steam, há anos demonstra interesse pelo desenvolvimento de interfaces cérebro-computador e rivalizar com a Neuralink. Em diversas entrevistas, ele destacou o potencial transformador dessa tecnologia, especialmente para a indústria de entretenimento.


Agora, com a fundação da Starfish Neuroscience, Newell dá um passo concreto rumo a esse futuro, buscando viabilizar uma interface neural segura, eficaz e economicamente viável.
A Neuralink, de Elon Musk, é atualmente a referência no setor de interfaces neurais, com diversos testes já realizados em animais e, recentemente, em humanos. No entanto, a Starfish propõe um modelo técnico e ético distinto, apostando em soluções menos invasivas e com foco inicial em segurança e eficiência energética.
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O chip da Starfish, segundo o TechSpot, pode se tornar uma alternativa competitiva às soluções da Neuralink, especialmente no segmento de neuropróteses médicas e, futuramente, em experiências de entretenimento digital.
APLICAÇÕES FUTURAS: MEDICINA E GAMES
Embora a aplicação imediata da tecnologia esteja voltada para o tratamento de condições médicas como epilepsia e Parkinson, Gabe Newell já vislumbra usos recreativos para a tecnologia. Segundo o Tom’s Hardware, Newell acredita que, num horizonte não tão distante, jogadores poderão experimentar mundos virtuais através de impulsos neurais, dispensando controles físicos.
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Essa visão reflete a longa trajetória da Valve na criação de experiências imersivas, como os jogos da série Portal e o desenvolvimento de hardware como o Steam Deck.
PRIMEIROS TESTES E LANÇAMENTO PREVISTO
A expectativa é que o primeiro protótipo funcional do chip seja apresentado até o final de 2025, com os ensaios clínicos iniciando logo em seguida. A partir desses testes, a Starfish Neuroscience espera validar a segurança e a eficácia de sua tecnologia antes de buscar aprovação regulatória para uso mais amplo.
Segundo o Yahoo! Tech, o lançamento desse chip representa não apenas uma nova fase para a carreira de Gabe Newell, mas também um marco na evolução das interfaces cérebro-computador.
A colaboração com a imec é fundamental para o sucesso do projeto. O instituto belga é referência global em pesquisas de semicondutores e sensores médicos, e sua expertise permitiu à Starfish criar um chip com consumo energético extremamente reduzido, permitindo operação sem bateria.
Esse avanço técnico é considerado, por especialistas, um divisor de águas no desenvolvimento de implantes neurais mais seguros e acessíveis.
Fonte: The Verge