Como as erupções solares afetam a Terra? Entenda os riscos e efeitos

O Sol é uma estrela, o que significa que sua energia é gerada por bilhões de explosões atômicas simultâneas ocorrendo em seu núcleo a cada segundo. Esse processo nuclear intenso faz dele um dos corpos mais ativos e instáveis do universo conhecido.

Além de irradiar uma quantidade absurda de energia que aquece a Terra, sustenta a vida e ilumina bilhões de quilômetros ao redor, o Sol também é responsável por fenômenos explosivos chamados erupções solares.

Essas erupções liberam ondas de radiação e partículas altamente energéticas que se espalham pelo espaço. Mas o que exatamente são essas erupções? E como elas impactam a vida aqui na Terra?

Como erupções solares afetam a Terra?

Impactos nas comunicações e nos satélites

Erupção solar disparou CME de alta velocidade nesta terça-feira (17). Crédito: Muratart – Shutterstock

As erupções solares, também chamadas de flares solares, são explosões de radiação intensa que ocorrem na superfície do Sol. Quando essas emissões alcançam a Terra, podem interferir diretamente em sistemas de comunicação.

Ondas de rádio em alta frequência, utilizadas por aviões, embarcações e forças de segurança, podem ser bloqueadas ou sofrer distorções, afetando regiões onde o suporte de satélites é limitado ou inexistente.

Satélites em órbita também estão entre os alvos mais vulneráveis. As partículas energéticas liberadas durante as erupções podem danificar circuitos internos, comprometer sensores e reduzir a eficiência de painéis solares. Em casos mais graves, a precisão do GPS pode cair ou até sair do ar por um período. Isso afeta desde entregas e aviação até operações de resgate e navegação terrestre.

Efeitos nas tecnologias terrestres

Erupções solares podem interferir nas infraestruturas que usamos todos os dias. Correntes induzidas por tempestades geomagnéticas podem sobrecarregar transformadores e linhas de transmissão, o que já resultou em apagões em regiões inteiras. Um exemplo clássico é o caso de Quebec, no Canadá, em 1989, onde uma tempestade solar derrubou a rede elétrica e deixou milhões sem energia.

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Além da eletricidade, sistemas que dependem de sensores magnéticos, como oleodutos, cabos submarinos e equipamentos industriais, também podem apresentar falhas operacionais ou perda de precisão durante eventos solares mais intensos.

Influência na fauna e flora

Representação artística de uma explosão megapotente no Sol. Crédito: Alones – Shutterstock

As erupções solares afetam de forma indireta o comportamento de alguns animais. Espécies migratórias que utilizam o campo magnético da Terra para navegação, como aves e tartarugas, podem ficar desorientadas durante variações geomagnéticas. Isso afeta trajetos migratórios e o comportamento reprodutivo dessas populações.

Nas plantas, os impactos são menos evidentes, mas algumas espécies podem alterar seus ciclos fotossintéticos se houver mudanças temporárias na radiação solar incidente. No entanto, esses efeitos costumam ser sutis e não representam riscos generalizados à flora.

Camada de ozônio e câncer de pele

Uma dúvida comum é se as erupções solares interferem na camada de ozônio ou aumentam o risco de câncer de pele.

Embora a radiação solar intensa chegue à alta atmosfera, a maior parte é desviada pelo campo magnético e não atinge diretamente a camada de ozônio. Casos extremos podem gerar um leve aumento na radiação ultravioleta nas regiões polares, mas esses picos são temporários e pouco significativos.

Em relação ao câncer de pele, o impacto de uma erupção solar é pequeno se comparado à exposição solar acumulada no dia a dia. O uso de protetor solar continua sendo mais importante do que eventuais variações causadas por atividade solar.

Auroras boreais e austrais

aurora australis
(Imagem: Don Pettit / NASA / Reprodução)

Entre os efeitos mais impressionantes das erupções solares estão as auroras boreais e austrais. Elas surgem quando partículas solares colidem com moléculas da atmosfera terrestre, liberando energia na forma de luz. Esses fenômenos ocorrem normalmente em regiões polares, mas podem ser vistos em latitudes mais baixas durante grandes tempestades solares.

As auroras são um indicativo visual de que o ambiente espacial ao redor da Terra está passando por mudanças. Para cientistas e agências espaciais, elas funcionam como um sinal de alerta natural que acompanha alterações na atividade solar.

Com informações de NASA RHESSI.


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