
Tudo sobre Inteligência Artificial
A inteligência artificial já faz parte das nossas vidas, mesmo que muitas pessoas não se deem conta disso. Além de facilitar algumas tarefas rotineiras, a ferramenta deve transformar o mercado de trabalho como um todo.
Um dos possíveis efeitos deste avanço é a eliminação de certas profissões. Neste cenário, outros empregos também podem surgir, o que gera uma importante discussão. A IA deveria fazer parte do currículo escolar?
Brasil não pode ficar para trás
- Em artigo publicado no portal The Conversation, os professor Marcus F. Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Renato Cordeiro, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), defendem a universalização do acesso ao ensino de IA.
- Segundo os especialistas, caso isso não aconteça, o domínio dessa tecnologia ficará restrito a uma minoria, ampliando ainda mais o abismo de oportunidades e as desigualdades.
- Para eles, o ensino da inteligência artificial prepararia os alunos para serem protagonistas, e não apenas consumidores da ferramenta.
- Alguns países desenvolvidos já incluem a tecnologia nos currículos escolares.
- Para evitar que o Brasil fique para trás é fundamental a criação de políticas públicas consistentes e investimentos estratégicos na área.

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Desafios para o ensino da IA
De acordo com os professores, incluir a IA nas salas de aula passa, antes de tudo, por garantir condições mínimas de funcionamento da ferramenta. Todas as escolas precisam ter acesso de qualidade à energia elétrica, internet e dispositivos tecnológicos.
Paralelamente, é necessário desenvolver programas de formação docente que realmente dialoguem com as diferentes realidades das salas de aula brasileiras, desde as escolas urbanas com turmas superlotadas até as unidades rurais com acesso limitado a recursos. Eles ainda defendem a flexibilização curricular, permitindo que cada escola adapte as inovações tecnológicas às suas possibilidades concretas, sem engessamento burocrático.

O uso das ferramentas de IA deve ser racional e cuidadoso reconhecendo que estas não são neutras. Ela pode reproduzir vieses, disseminar desinformação ou ser empregada de modo antiético — como vimos recentemente no uso de fake news, inclusive contra as vacinas. Incluir a IA no currículo escolar permite criar um espaço para reflexão sobre ética, privacidade, uso consciente da tecnologia e os impactos sociais da automação, formando cidadãos mais críticos e responsáveis.
Artigo publicado pelos professores no The Conversation
Por fim, os especialistas destacam que, sem abordar essas questões de forma integrada, qualquer discurso sobre transformação digital na educação continuará sendo apenas retórica vazia. O objetivo deve ser claro: ao concluir o ensino médio, todos os estudantes brasileiros devem ter compreensão básica sobre IA, suas aplicações, limitações e implicações éticas e sociais.