Veja esqueleto de ‘dragão chinês’ de 240 milhões de anos

Réptil marinho de mais de cinco metros e pescoço alongado era nativo do sudoeste da China no período Triássico.

Imagem: Representação feita por Marlene Donelly, via Universidade de Cambridge

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Os dragões são criaturas mitológicas que fazem parte do imaginário coletivo no mundo todo. No Ocidente, pensamos em grandes répteis com asas, que cospem fogo e que quase sempre são vilões em histórias medievais. No Oriente, porém, a figura é um pouco diferente.

Na China, o dragão é reverenciado como um dos criadores do mundo. É quase sempre retratado como uma serpente gigante, sem asas, mas que voa mesmo assim. O dragão, ou long, é símbolo de poder, força, sabedoria, sorte e fortuna.

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Para você ter uma ideia do tamanho da devoção, o maior salão do Palácio Proibido, em Pequim, mantém mais de 12 mil figuras de dragões.

Sim, estamos falando de um ser mítico e fictício. A história, porém, mostra que a China já contou com uma criatura muito similar aos dragões da literatura. Tese que acaba de ser confirmada por novos fósseis de um antigo réptil marinho que viveu na região durante o período Triássico.

Uma descoberta de décadas

  • Os cientistas encontraram vestígios da criatura pela primeira vez em 2003.
  • De lá para cá, foram mais de 20 anos até a conclusão do esqueleto.
Esqueleto reconstruído do réptil marinho chinês – Imagem: Museus Nacionais da Escócia
  • Trata-se de um réptil marinho de mais de cinco metros de comprimento e que possuía o pescoço longo.
  • Bem parecido com o dragão chinês que vemos representado atualmente (já que ele também não possui asas).
  • Foram identificadas 32 vértebras cervicais separadas e membros com barbatanas.
  • Peixes bem preservados na região do estômago indicam que ele estava muito bem adaptado a um estilo de vida oceânico, segundo os pesquisadores.
  • A espécie foi batizada de Dinocephalosaurus orientalis, e vivia no sudoeste da China no período Triássico.
  • Ou seja, estamos falando de um animal que viveu há mais de 240 milhões de anos!
  • Segundo o site gringo IFL Science, todos os vestígios foram encontrados na província de Guizhou, uma parte do sul da China conhecida por seus achados paleontológicos.

Parente dos dinossauros?

Apesar das semelhanças superficiais, o Dinocephalosaurus não era parente próximo dos famosos plesiossauros de pescoço longo.

Os plesiossauros evoluíram cerca de 40 milhões de anos mais tarde. Eram criaturas maiores, também de pescoço longo e que, acredita-se, foram a inspiração para o Monstro do Lago Ness.

Apesar dessa diferença, os cientistas afirmam que o “dragão chinês” foi contemporâneo dos primeiros dinossauros, que começaram a surgir justamente no Triássico. O próprio nome científico dele deixa isso claro.

O monstro do Lago Ness teria sido um plesiossauro que sobreviveu à extinção dos dinossauros – Imagem: Reprodução/Universidade de Bath

Você pode ler a pesquisa na íntegra no periódico Earth and Environmental Science: Transactions of the Royal Society of Edinburgh.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 23/02/2024.


Bob Furuya

Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.


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