Cemitério de dinossauros pode revelar evento catastrófico

O riacho Pipestone, conhecido como “Rio da Morte”, abriga milhares de fósseis de dinossauros de 72 milhões de anos

Arqueólogos via Gorodenkoff/Shutterstock

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A verdade é que ainda sabemos muito pouco sobre como era a vida dos dinossauros. Um dos maiores mistérios diz respeito ao comportamento destes antigos animais e sobre como era viver na Terra há milhões de anos atrás.

Mas um verdadeiro cemitério pré-histórico localizado sob as encostas de uma floresta em Alberta, no Canadá, pode ajudar a responder parte destas questões. No local, foram encontrados milhares de fósseis enterrados há 72 milhões de anos.

Todos os fósseis pertencem a mesma espécie

  • O local em questão é o riacho Pipestone, conhecido como “Rio da Morte”.
  • Milhares de fósseis já foram coletados no sítio arqueológico, mas estima-se que muitos outros sigam enterrados ali.
  • O mais impressionante é que todos os ossos pertencem a um dinossauro chamado Paquirinossauro.
  • Estes animais, que viveram durante o período do Cretáceo Superior, eram parentes do Tricerátops.
  • Eles mediam cerca de cinco metros de comprimento e pesavam duas toneladas.
  • As criaturas tinham quatro patas e cabeças enormes, adornadas com um “babado” ósseo característico e três chifres.
  • A marca registrada deles era uma grande protuberância no nariz.
  • As informações são da BBC.
Representação artística de um Paquirinossauro (Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock)

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Evento catastrófico teria atingido o grupo de animais

O principal objetivo das escavações é entender o que causou a morte de tantos animais no mesmo local. Os pesquisadores acreditam que os dinossauros estavam migrando juntos em uma manada por centenas de quilômetros quando algo aconteceu.

Esta hipótese defende que o grupo partiu do sul, onde passava o inverno, em direção ao norte, onde passaria o verão. A região, que tinha um clima muito mais quente do que o atual, teria sido coberta por uma vegetação rica, o que forneceu alimento abundante durante a viagem.

Trata-se de uma única comunidade de uma única espécie animal em um momento específico, e o tamanho da amostra é enorme. Isso quase nunca acontece no registro fóssil. Acreditamos que se tratava de uma manada em uma migração sazonal que se envolveu em algum evento catastrófico que efetivamente dizimou, se não toda a manada, uma boa parte dela.

Emily Bamforth, líder da escavação

Local guarda milhares de fósseis de dinossauros (Imagem: Autumn Sky Photography/Shutterstock)

Todas as evidências sugerem que este evento catastrófico foi uma inundação repentina. Uma das possibilidades é que tenha ocorrido uma tempestade nas montanhas que resultou em uma grande quantidade de água descendo em direção à manada, arrancando as raízes das árvores e removendo rochas.

Esta hipótese é reforçada pela localização de rochas no sítio arqueológico que mostram os redemoinhos de sedimentos da água corrente. Neste cenário, os Paquirinossauros não teriam a menor chance de sobreviver, uma vez que não conseguiam se deslocar muito rápido e também não eram bons nadadores.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaborador no Olhar Digital

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.


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