O presidente dos EUA, Donald Trump, visitou países do Oriente Médio nesta semana. Acompanhado de líderes de big techs, o republicano passou por Catar, Emirados Árabes e Arábia Saudita. A viagem rendeu acordos. Entre eles, um entre Amazon e Humain, startup de IA criada pelo fundo soberano saudita. E existe um lado particularmente sombrio neste.
Para entender esta camada, é preciso voltar um pouco no tempo. Revisitar um caso de assassinato e a repercussão dele. Isso porque envolve a Arábia Saudita e o Washington Post, jornal do qual Jeff Bezos é dono. Sim, o mesmo Bezos fundador da Amazon.
Do assassinato de um jornalista ao acordo entre Amazon e startup de IA da Arábia Saudita
Em outubro de 2018, o jornalista saudita Jamal Khashoggi foi morto. Na época, ele trabalhava no Washington Post. E foi pego ao entrar num consulado saudita em Istambul para obter documentos para seu casamento.
O corpo de Khashoggi nunca foi encontrado. E a operação foi aprovada pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, segundo relatório divulgado em 2021.
Quando o Olhar Digital publicou sobre os titãs do mundo tech que tinham viajado com Trump para a Arábia Saudita, ressaltou duas informações, além de relembrar o assassinato do jornalista:
- Bezos não estava entre os líderes de big techs nesta viagem;
- A Amazon tinha anunciado data centers da AWS no país em março.
Agora, o capítulo mais recente é o acordo entre Amazon e Humain. O objetivo é construir uma “Zona de IA” na Arábia Saudita. E as duas empresas em questão vão gastar mais de US$ 5 bilhões (R$ 28,4 bilhões) nesse processo, segundo comunicado publicado pela big tech.

“Depois de toda a postura de Bezos em defesa da liberdade de imprensa, ele [a Amazon, no caso] fecha acordos com pessoas que assassinam jornalistas por dizerem coisas inconvenientes”, aponta o The Verge.
O texto vai além: “Leva cinco anos para Bezos sair de uma foto posando ao lado do túmulo de um repórter assassinado para fechar acordos bilionários com seu assassino.”
Dose de contexto
Dinheiro da Arábia Saudita não é novidade para a indústria de tecnologia dos EUA. O Fundo de Investimento Público tem colocado dinheiro em várias startups (como a OpenAI), seja diretamente ou por meio de intermediários como o SoftBank.

Em 2024, a Arábia Saudita declarou que queria construir uma economia movida por inteligência artificial. É o “Projeto 2030“, que tem até site. “Essa data não é coincidência”, segundo o Verge. “Muitas projeções indicam que é quando a produção de petróleo [com o quê o país mais ganha dinheiro] atingirá seu pico e começará a cair.”
Uma mudança de rumo em escala global em relação ao petróleo ameaça a riqueza da Arábia Saudita. Por isso, o país se comporta “igual startup”, aponta o site de tecnologia.
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